O francês Zinedine Zidane pediu hoje desculpas "aos milhões e milhões de crianças" que viram a sua agressão ao italiano Marco Materazzi, no jogo da final do Mundial 2006, mas afirmou que não está arrependido. O ex-internacional disse que o defesa italiano insultou a sua mãe e a sua irmã em termos "muito duros".in Publico.pt 12.07.2006 - 19h09
Este é o mundo em que vivemos.
O sr. Zidane ainda tem lata de pedir desculpas e dizer que não se arrepende! Melhor seria não pedir desculpas nenhumas às criancinhas, porque este é o pior exemplo que ele lhes pode dar.
Num mundo ideal, o professor devia ser o juíz de todos os conflitos numa sala de aula. Infelizmente, acabo por viver com o dilema de sentenciar penas quando os alunos já fizeram justiça por si.
Repito constantemente que nada justifica a agressão física ou verbal, e que há meios adequados para denunciar e punir essas situações. Não obstante, não raras vezes, um aluno se levanta da sua cadeira para dar uma lambada noutro que o ofendeu. Como apanho o filme a meio, repreendo aquele que se levantou do lugar e oiço sempre a mesma resposta: "mas ele fez-me isto, ou aquilo".
Acabam por "levar ambos nas orelhas": um porque começou, outro porque deu continuidade.
Agora, Sr. Zidane, explique-me lá: como consigo eu explicar a estas crianças, mesmo aquelas que aceitaram as suas desculpas, que os problemas resolvem-se a conversar ou pelas vias judiciais próprias? Que a sala de aula, como o campo de futebol, não é um ringue de boxe? Que não há nome mais feio que possam chamar à nossa mãezinha que justifique um soco bem assente nas ventas do provocador?
Sr. Zidane, eu não fui sua professora, mas aprenda comigo uma coisinha simples:
Desculpas não se pedem
EVITAM-SE!