Com cinco palavrinhas apenas
se escreve a minha felicidade
que não sendo das palavras pequenas
é a que sinto hoje, de verdade!!
Santo André cartoze horas anual
A Felicidade é uma coisa parva que se sente cá dentro e que nos estampa um sorriso estúpido, mesmo quando estamos sentados na sanita ou estamos a passar a ferro.
Eu costumo vê-la como uns óculos que só deixam ver as coisas boas. Quando estamos felizes tudo são pontos altos, vantagens e bons motivos para sorrir.
Acabei de ficar feliz, por ver realizado um secreto desejo: o de permanecer na escola do ano passado, que apesar de muita ansiedade, também me trouxe muitas alegrias. Tinha deixado tantas amizades para trás... estava mesmo com pena... os beijinhos da Lurdes, o sorriso da Guida, o pulso firme da Arlete, a força da Madalena, as conversas do Carlos, a serenidade da Francisca, a letra ilegível do Pedro, o vocabulário do outro Carlos, as boquinhas da Rosa, a seriedade do Jorge, o bronze da Gracinda, a simpatia da Dulce, a boa disposição da D. Fátima e a D. Leila!!! Ahh!!! A D. Leila!!!!...
E claro está... os meus alunos! O meu 12º foi à sua vida, mas ainda lá tenho a minha direcção de turma e os meus currículos!!
A felicidade tem um nome, e hoje está escrito à frente do meu, na primeira lista das cíclicas. Como se Deus (neste assunto o Síndrome Pré-Menstrual está fora de questão! - ver post anterior) se tivesse deslumbrado com o meu sorriso ao ver-me andar num carrossel e me tivesse pagado mais uma voltinha!
Eu, criança, simplista, e enquanto não enjoo, estou naturalmente a ADORAR!!!!!
:)
P.S. - Gosto tanto de andar de avião... pode ser que o Síndrome Pré-Menstrual patrocine qualquer coisinha!!
12 setembro 2007
09 setembro 2007
Estranha forma de vida
Se a minha vida tivesse banda sonora, esta seria uma das músicas do álbum.
Recordo com uma pintinha de tristeza, aquela que me permito demonstrar, os dias que passava a brincar e ouvia a minha avó a cantar este fado entretida nas lides da casa.
Na altura eu era miúda, e a letra pouco me dizia. Hoje os dois primeiros versos fazem em mim um eco particularmente irónico.
Setembro chega e com ele chegam as exigências, dos outros, mas principalmente as minhas. O sol do Verão apenas me exige que fique abrigada no guarda-sol, com protector 50+, até que sejam cinco e meia da tarde. É uma tarefa simples e prazeirosa. Mas acabando o Verão, chegam os apertos no estômago, os nós na garganta, a memória turva, a concentração intermitente. Porquê? Sei lá porquê! Talvez seja por vontade de Deus!! Mas também é possível que seja Síndrome Pré-Menstrual! Uma destas duas omnipotentes e omnipresentes causas, é certo!
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a vontade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meuu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Pàra deixa de bater
Se não te acompanho vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais
Se não sabes onde vais
Pára deixa de bater
Eu não te acompanho mais
Amália Rodrigues
Por muito independente que seja o coração (e que o ateste o sistema nervoso autónomo) não há ainda forma de dizer basta, "pára, deixa de bater". Não podemos dizer "Coito", que com esta idade já tem interpretações muito menos seguras. Não se pode dizer "não brinco mais", porque agora é a sério.
É sempre tudo a sério.
Mas tenho saudades de brincar...
E por isso conservo esta estranha forma de vida, com uma eterna correspondência no passado, pensando como adulta complicada nos problemas, e como criança simplista nas soluções.
Tenho um emaranhado de problemas comigo.
Será que vale dizer "trava congela e obedece"?
Recordo com uma pintinha de tristeza, aquela que me permito demonstrar, os dias que passava a brincar e ouvia a minha avó a cantar este fado entretida nas lides da casa.
Na altura eu era miúda, e a letra pouco me dizia. Hoje os dois primeiros versos fazem em mim um eco particularmente irónico.
Setembro chega e com ele chegam as exigências, dos outros, mas principalmente as minhas. O sol do Verão apenas me exige que fique abrigada no guarda-sol, com protector 50+, até que sejam cinco e meia da tarde. É uma tarefa simples e prazeirosa. Mas acabando o Verão, chegam os apertos no estômago, os nós na garganta, a memória turva, a concentração intermitente. Porquê? Sei lá porquê! Talvez seja por vontade de Deus!! Mas também é possível que seja Síndrome Pré-Menstrual! Uma destas duas omnipotentes e omnipresentes causas, é certo!
Foi por vontade de Deus
Que eu vivo nesta ansiedade
Que todos os ais são meus
Que é toda minha a vontade
Foi por vontade de Deus
Que estranha forma de vida
Tem este meuu coração
Vive de vida perdida
Quem lhe daria o condão
Que estranha forma de vida
Coração independente
Coração que não comando
Vives perdido entre a gente
Teimosamente sangrando
Coração independente
Eu não te acompanho mais
Pàra deixa de bater
Se não te acompanho vais
Porque teimas em correr
Eu não te acompanho mais
Se não sabes onde vais
Pára deixa de bater
Eu não te acompanho mais
Amália Rodrigues
Por muito independente que seja o coração (e que o ateste o sistema nervoso autónomo) não há ainda forma de dizer basta, "pára, deixa de bater". Não podemos dizer "Coito", que com esta idade já tem interpretações muito menos seguras. Não se pode dizer "não brinco mais", porque agora é a sério.
É sempre tudo a sério.
Mas tenho saudades de brincar...
E por isso conservo esta estranha forma de vida, com uma eterna correspondência no passado, pensando como adulta complicada nos problemas, e como criança simplista nas soluções.
Tenho um emaranhado de problemas comigo.
Será que vale dizer "trava congela e obedece"?
06 setembro 2007
A fase mística anda no ar...
Espiolham-se as listas.
As deste ano, as do outro...
Como se alguém quisesse prever o que ia acontecer hoje ou amanhã, apenas por ler nos jornais a sequência de eventos passados.
Já é fácil para mim dizer que estou desempregada. Com um sorriso!
Já é fácil assumir que o horário não cai no meu bolso logo no final de Agosto. Com um sorriso!
O que não consigo ainda é viver nesta espera: no dilema de prever milhentos cenários possíveis de escolas boas, más; com alunos bons, maus; longe ou perto de casa, alugando quarto ou não, fazendo 100 km ou indo a pé. Com um sorriso...
Dizem-me as pessoas:
"- Deixa lá, hás-de conseguir um horário!"
E apesar de este ser o responsável por me pagar as contas, acho que agora é muito mais importante conseguir viver este desespero com o tal sorriso.
Viver os maus momentos com esse brilho no rosto não dá direito a certificado com distinção, não dá direito a aplauso, nem ovação.
Não há reconhecimento por tamanha pequena coisa, porque no final o grande benefício de ser livre é nosso.
Livre de tristezas mesquinhas, livre da opinião dos outros, livre da aceitação ou reprovação alheias.
Ser livre, com todos os falhanços sociais que isso pode implicar, é o meu (próximo) objectivo de vida. O que não deixa de ser curioso numa pessoa que sempre buscou o sucesso de projecção.
Acontece que os meus quase, quase 29 anos de idade ensinaram-me que os outros passarem-nos uma mão pela cabeça não é um objectivo em si. E muitas das vezes isso só se consegue à custa de sacrifícios que não nos dão o mínimo prazer e que até podem colidir com as nossas ideias e valores.
Os meus quase, quase 29 aninhos (reparem no esforço de mentalização!) ensinaram-me uma única coisa:
Ser livre é ser um eterno escravo...
...mas só da nossa consciência.
As deste ano, as do outro...
Como se alguém quisesse prever o que ia acontecer hoje ou amanhã, apenas por ler nos jornais a sequência de eventos passados.
Já é fácil para mim dizer que estou desempregada. Com um sorriso!
Já é fácil assumir que o horário não cai no meu bolso logo no final de Agosto. Com um sorriso!
O que não consigo ainda é viver nesta espera: no dilema de prever milhentos cenários possíveis de escolas boas, más; com alunos bons, maus; longe ou perto de casa, alugando quarto ou não, fazendo 100 km ou indo a pé. Com um sorriso...
Dizem-me as pessoas:
"- Deixa lá, hás-de conseguir um horário!"
E apesar de este ser o responsável por me pagar as contas, acho que agora é muito mais importante conseguir viver este desespero com o tal sorriso.
Viver os maus momentos com esse brilho no rosto não dá direito a certificado com distinção, não dá direito a aplauso, nem ovação.
Não há reconhecimento por tamanha pequena coisa, porque no final o grande benefício de ser livre é nosso.
Livre de tristezas mesquinhas, livre da opinião dos outros, livre da aceitação ou reprovação alheias.
Ser livre, com todos os falhanços sociais que isso pode implicar, é o meu (próximo) objectivo de vida. O que não deixa de ser curioso numa pessoa que sempre buscou o sucesso de projecção.
Acontece que os meus quase, quase 29 anos de idade ensinaram-me que os outros passarem-nos uma mão pela cabeça não é um objectivo em si. E muitas das vezes isso só se consegue à custa de sacrifícios que não nos dão o mínimo prazer e que até podem colidir com as nossas ideias e valores.
Os meus quase, quase 29 aninhos (reparem no esforço de mentalização!) ensinaram-me uma única coisa:
Ser livre é ser um eterno escravo...
...mas só da nossa consciência.