Ora depois da onda blues que varreu o meu blog, aqui estou eu com boas notícias. Passei o dia todo nesta empreitada só para ver mais uma divisão acabada. Desta vez é o escritório.
Andei a cozinhar esta designação e não me consigo imaginar a pintar, desenhar ou até amassar barro numa coisa chamada escritório. Em minha casa tenho o atelier, mas para o André isto é obviamente muito abichanado para local de trabalho. Nunca lhe perguntei, mas também não o imagino a instalar e desinstalar versões de Linux num atelier.
Temos então um problema: além de arranjar uma decoração que sirva a função deste quarto e o gosto dos utilizadores, há que arranjar um nome também.
Não foi preciso procurar muito para baptizar este espaço de Estúdio.
Segundo a wikipedia:
Um estúdio é o lugar de trabalho de pessoas com vontade de criar e onde se pode experimentar, manipular e produzir um ou mais tipos de arte. A etimologia da palavra "estúdio" deriva da palavra do Latim studere que pode ser traduzido como a "ânsia de conseguir algo".
É isto mesmo!
Como podem ver as cores foram cuidadosamente escolhidas para potenciar a actividade e criatividade. O laranja abóbora e amarelo areia imprimem neste quarto uma energia muito particular, com umas vibrações cromáticas poderosas.
O verdadeiro red bull da decoração!
Próxima edição:
O hall de entrada - como sair e ser recebido em casa, com energia e motivação.
24 agosto 2006
20 agosto 2006
The show must go on...
Sinto-me apagável.
Como uma vela ao vento.
A minha censura tem reprimido este tema no blog mas, mesmo sabendo que isto não é um diário, não o vou apagar, como o faço no meu dia-a-dia.
Apagar é um verbo bom para explorar o que se passa comigo.
Sentir-me apagável, é muito diferente de me sentir a apagar. Sinto que os ventos que sopram podem deturpar a minha chama, e quase deitá-la por terra, mas sei que ainda não a conseguem extinguir.
É desgastante manter a chama e, vendo bem, foi assim que me senti durante todo o ano: a tentar manter uma luz constante, que foi sendo derrubada pelos acontecimentos e pelas pessoas.
Da minha vida apagaram-se muitas coisas: o mestrado, os amigos e a avó (em grau crescente de importância).
O mestrado apagou-se como uma luz que se desliga ao deitar. Não fazia mais sentido.
Os amigos apagaram-se, porque é nas piores alturas que vemos com quem contamos. Custou-me a desilusão, mas também a vista se habitua à escuridão.
A avó apagou-se...e nem o eufemismo consegue aliviar a onda de emoções.
Estas luzes são difíceis de apagar. São as luzes fortes que mantêm um eco na retina mesmo depois de apagadas.
Há pessoas que vivem o luto vestidas de preto para que todos os dias não se esqueçam de quem perderam. Eu visto rosa choc, verde lima, branco e vermelho e não há dia que não me lembre. Não porque queira, não porque faça força para isso, mas porque vejo a ausência/presença da minha avó em tudo. Aceitei perdê-la como pessoa ou familiar, mas não aceitei perder o que ela representava para mim.
Pensei que não chorando muito a seguir à sua morte era sinal de que tinha ultrapassado bem a coisa. Mal sabia eu: a morte não se ultrapassa. Paradoxalmente, a morte vive-se.
Eternamente.
Esta não foi a primeira vez que trouxe este assunto incómodo à baila. Não vai ser decerto a última. O blog fica mais triste, mas ainda assim um reflexo mais preciso de mim.
Ninguém quer ler coisas tristes, porque a tristeza pega-se. Ainda assim eu gosto de pegar na tristeza dos outros para compreender melhor a minha.
Vejo este blog como um programa de televisão, em que só passam coisas lights e divertidas. Volta meia troco as voltas à antena. Perde-se na audiência, eu sei, mas como tenho o blog licenciado como autobiográfico e narcisista, não pago coima!
Por isso, tá-se bem!
Siga a emissão!
P.S. - Já que hoje estou um pouco mórbida, e quando me dá para aqui é a valer, quando eu morrer, haja uma alminha que se lembre de me pôr na lápide a seguinte inscrição:
"Até ao próximo programa!" (ponto de exclamação e tudo).
É uma frase que costumo dizer no final das aulas e tem tudo a ver comigo. Demonstra bem o quanto gosto de ver a vida com humor (diferente de a ver por um lado bom), mesmo nas situações mais graves ou estúpidas!
Bom, lembrei-me agora de uma delas. E que se lixe! Vou contar já aqui! Não vou gastar outro post com conversas mórbidas.
Estávamos em conversa em grupo, quando um dos convivas, mais velho, com o seu ar grave e sério, conta uma história sobre a notícia da morte do seu pai. Estava ele no colégio, com os seus onze anos, em plena aula, quando entra o funcionário que pergunta pelo menino "Anda Cá Que o Pai Já Vem" (nome propositadamente alterado para que proteger a identidade da pessoa, com um toque sarcástico fora do comum (dos mortais - note-se a insistência no tema!)). O menino, hoje carregando o peso da idade, levantou-se e disse: Anda Cá Que o Pai Já Vem, sou eu! O funcionário disse então o seguinte: "Faça então o favor de me acompanhar porque o seu pai acabou de falecer." As nossas caras escandalizadas com a frieza da comunicação acompanhavam o silêncio desconfortável. O senhor continuou a história deste modo:
"Eu não consegui dizer nada e os meus colegas ficaram num silêncio sepulcral. Porque, de facto, era disso que se tratava: o meu pai tinha ido para o sepulcro."
Pergunta estúpida: Qual a percentagem de pessoas que esboçaria um sorriso, pronto a disparar uma gargalhada, para coroar o que me parecia uma piada ao mais alto nível de jogo de palavras?
Naquele grupo de pessoas, fui a única.
Percebi que afinal não era para rir (o que achei um enorme desperdício!), e continuei com o meu ar sério e escandalizado.
Para tudo o que não tem cura, rir é mesmo o melhor remédio!
Como uma vela ao vento.
A minha censura tem reprimido este tema no blog mas, mesmo sabendo que isto não é um diário, não o vou apagar, como o faço no meu dia-a-dia.
Apagar é um verbo bom para explorar o que se passa comigo.
Sentir-me apagável, é muito diferente de me sentir a apagar. Sinto que os ventos que sopram podem deturpar a minha chama, e quase deitá-la por terra, mas sei que ainda não a conseguem extinguir.
É desgastante manter a chama e, vendo bem, foi assim que me senti durante todo o ano: a tentar manter uma luz constante, que foi sendo derrubada pelos acontecimentos e pelas pessoas.
Da minha vida apagaram-se muitas coisas: o mestrado, os amigos e a avó (em grau crescente de importância).
O mestrado apagou-se como uma luz que se desliga ao deitar. Não fazia mais sentido.
Os amigos apagaram-se, porque é nas piores alturas que vemos com quem contamos. Custou-me a desilusão, mas também a vista se habitua à escuridão.
A avó apagou-se...e nem o eufemismo consegue aliviar a onda de emoções.
Estas luzes são difíceis de apagar. São as luzes fortes que mantêm um eco na retina mesmo depois de apagadas.
Há pessoas que vivem o luto vestidas de preto para que todos os dias não se esqueçam de quem perderam. Eu visto rosa choc, verde lima, branco e vermelho e não há dia que não me lembre. Não porque queira, não porque faça força para isso, mas porque vejo a ausência/presença da minha avó em tudo. Aceitei perdê-la como pessoa ou familiar, mas não aceitei perder o que ela representava para mim.
Pensei que não chorando muito a seguir à sua morte era sinal de que tinha ultrapassado bem a coisa. Mal sabia eu: a morte não se ultrapassa. Paradoxalmente, a morte vive-se.
Eternamente.
Esta não foi a primeira vez que trouxe este assunto incómodo à baila. Não vai ser decerto a última. O blog fica mais triste, mas ainda assim um reflexo mais preciso de mim.
Ninguém quer ler coisas tristes, porque a tristeza pega-se. Ainda assim eu gosto de pegar na tristeza dos outros para compreender melhor a minha.
Vejo este blog como um programa de televisão, em que só passam coisas lights e divertidas. Volta meia troco as voltas à antena. Perde-se na audiência, eu sei, mas como tenho o blog licenciado como autobiográfico e narcisista, não pago coima!
Por isso, tá-se bem!
Siga a emissão!
P.S. - Já que hoje estou um pouco mórbida, e quando me dá para aqui é a valer, quando eu morrer, haja uma alminha que se lembre de me pôr na lápide a seguinte inscrição:
"Até ao próximo programa!" (ponto de exclamação e tudo).
É uma frase que costumo dizer no final das aulas e tem tudo a ver comigo. Demonstra bem o quanto gosto de ver a vida com humor (diferente de a ver por um lado bom), mesmo nas situações mais graves ou estúpidas!
Bom, lembrei-me agora de uma delas. E que se lixe! Vou contar já aqui! Não vou gastar outro post com conversas mórbidas.
Estávamos em conversa em grupo, quando um dos convivas, mais velho, com o seu ar grave e sério, conta uma história sobre a notícia da morte do seu pai. Estava ele no colégio, com os seus onze anos, em plena aula, quando entra o funcionário que pergunta pelo menino "Anda Cá Que o Pai Já Vem" (nome propositadamente alterado para que proteger a identidade da pessoa, com um toque sarcástico fora do comum (dos mortais - note-se a insistência no tema!)). O menino, hoje carregando o peso da idade, levantou-se e disse: Anda Cá Que o Pai Já Vem, sou eu! O funcionário disse então o seguinte: "Faça então o favor de me acompanhar porque o seu pai acabou de falecer." As nossas caras escandalizadas com a frieza da comunicação acompanhavam o silêncio desconfortável. O senhor continuou a história deste modo:
"Eu não consegui dizer nada e os meus colegas ficaram num silêncio sepulcral. Porque, de facto, era disso que se tratava: o meu pai tinha ido para o sepulcro."
Pergunta estúpida: Qual a percentagem de pessoas que esboçaria um sorriso, pronto a disparar uma gargalhada, para coroar o que me parecia uma piada ao mais alto nível de jogo de palavras?
Naquele grupo de pessoas, fui a única.
Percebi que afinal não era para rir (o que achei um enorme desperdício!), e continuei com o meu ar sério e escandalizado.
Para tudo o que não tem cura, rir é mesmo o melhor remédio!
17 agosto 2006
Novas da casa
Eu tinha prometido que ia publicar as novidades da decoração da casa e aqui estou eu com o meu primeiro relatório.
A sala é, neste momento, a única divisão completamente pintada e aquela será mais importante para vos receber.
Já andamos a ver do sofá e assim que o tivermos há jantarada para comemorar, pois claro!
A parede norte foi pintada com a brilhante cor Erva, de Agatha Ruiz de la Prada, e até apetece lamber! O objectivo da cor é esfriar as radiações quentes do sol poente, e produzir um sentimento refrescante e reequilibrante para revigorar a pessoa ao fim de um dia de trabalho.
Para levar isso a cabo, também o sofá terá de ser muito confortável. A cor já está escolhida (é branco) e o modelo também (2lugares + chaise longue - é em L). O pior mesmo é que a qualidade é directamente proporcional ao preço e depois de se ter sentado num Divani&Divani o meu rabinho (reparem no diminutivo! lol!) já não quer outra coisa!
Hoje vou continuar a ver sofás, uma vez que já que pintei todos os recantos do escritório durante a manhã e estou à espera que o André dê ao rolo pelo tecto e pelas paredes. A divisão de tarefas assim destina: eu com o contorno das fitas, os tapumes e os contornos a pincel; ele com o rolo e o cabo extensível. Parecendo que não o meu trabalho é muito moroso e parece que ao fim do dia não fiz nada. Tenho desmoralizado muito, mas este verde da sala é o que me tem dado alento.
Próxima edição:
Escritório e atelier tudo em um - como potenciar a actividade e a criatividade no local de trabalho.
A sala é, neste momento, a única divisão completamente pintada e aquela será mais importante para vos receber.
Já andamos a ver do sofá e assim que o tivermos há jantarada para comemorar, pois claro!
A parede norte foi pintada com a brilhante cor Erva, de Agatha Ruiz de la Prada, e até apetece lamber! O objectivo da cor é esfriar as radiações quentes do sol poente, e produzir um sentimento refrescante e reequilibrante para revigorar a pessoa ao fim de um dia de trabalho.
Para levar isso a cabo, também o sofá terá de ser muito confortável. A cor já está escolhida (é branco) e o modelo também (2lugares + chaise longue - é em L). O pior mesmo é que a qualidade é directamente proporcional ao preço e depois de se ter sentado num Divani&Divani o meu rabinho (reparem no diminutivo! lol!) já não quer outra coisa!
Hoje vou continuar a ver sofás, uma vez que já que pintei todos os recantos do escritório durante a manhã e estou à espera que o André dê ao rolo pelo tecto e pelas paredes. A divisão de tarefas assim destina: eu com o contorno das fitas, os tapumes e os contornos a pincel; ele com o rolo e o cabo extensível. Parecendo que não o meu trabalho é muito moroso e parece que ao fim do dia não fiz nada. Tenho desmoralizado muito, mas este verde da sala é o que me tem dado alento.
Próxima edição:
Escritório e atelier tudo em um - como potenciar a actividade e a criatividade no local de trabalho.
16 agosto 2006
Faltam-me as fotos!
Cheguei a casa e dei por falta da máquina fotográfica. Raios!
Tinha dois cartões cheios de tralha e estava ansiosa por espiolhar aquelas imagens. Nada a fazer! O post tem mesmo de ficar assim: meio nú.
Também há posts sem fotos, mas é como os pastéis de nata sem canela. Nem toda a gente quer ou precisa, mas há quem adore e não os grame de outra maneira.
Eu pertenço à classe destes últimos: os de pastel de nata com canela, os das fotos nos posts, os que se esquecem da máquina fotográfica no porta-luvas do carro do namorado, os que chegam a casa e se agarram automaticamente ao computador para esvaziar a caixa do correio na inevitável tentativa de actualização virtual, os que vêm de férias cheios de ideias e projectos, os que passam as férias a pensar em tudo o que deixaram para trás (casas por pintar, cães e praias com areia com uma grau de moagem decente), os que odeiam que a toalha se encha de areia, os que odeiam que a praia se encha de gente, os que odeiam vento, os que adoram ondas, os que amam o mar calmo e as águas límpidas, os que querem uns dias de descanso, mas voltam cheios de saudades de tudo e de todos.
Voltei.
E quando volto, seja de onde for, sabe-me sempre bem recordar o Dino Meira. E por muitas vezes que me tenham ouvido (ou lido), não resisto a perpetuar mais uma vez esta música deliciosa:
Voltei, voltei,
voltei de lá.
Ainda ontem estava em França
e agora já estou cá.
Voltar é bom. Voltar é no fundo a única boa razão para nos fazer sair. Para reencontrarmos a nossa vida, as nossas coisas, o nosso caminho, mesmo que não seja no mesmo lugar. Mas a esta hora da noite já não me vou pôr a procurar mais nada. Fica para amanhã, que onde quer que eles se tenham metido, não vão fugir para muito longe.
Como diz a TMN, até já-á!
Tinha dois cartões cheios de tralha e estava ansiosa por espiolhar aquelas imagens. Nada a fazer! O post tem mesmo de ficar assim: meio nú.
Também há posts sem fotos, mas é como os pastéis de nata sem canela. Nem toda a gente quer ou precisa, mas há quem adore e não os grame de outra maneira.
Eu pertenço à classe destes últimos: os de pastel de nata com canela, os das fotos nos posts, os que se esquecem da máquina fotográfica no porta-luvas do carro do namorado, os que chegam a casa e se agarram automaticamente ao computador para esvaziar a caixa do correio na inevitável tentativa de actualização virtual, os que vêm de férias cheios de ideias e projectos, os que passam as férias a pensar em tudo o que deixaram para trás (casas por pintar, cães e praias com areia com uma grau de moagem decente), os que odeiam que a toalha se encha de areia, os que odeiam que a praia se encha de gente, os que odeiam vento, os que adoram ondas, os que amam o mar calmo e as águas límpidas, os que querem uns dias de descanso, mas voltam cheios de saudades de tudo e de todos.
Voltei.
E quando volto, seja de onde for, sabe-me sempre bem recordar o Dino Meira. E por muitas vezes que me tenham ouvido (ou lido), não resisto a perpetuar mais uma vez esta música deliciosa:
Voltei, voltei,
voltei de lá.
Ainda ontem estava em França
e agora já estou cá.
Voltar é bom. Voltar é no fundo a única boa razão para nos fazer sair. Para reencontrarmos a nossa vida, as nossas coisas, o nosso caminho, mesmo que não seja no mesmo lugar. Mas a esta hora da noite já não me vou pôr a procurar mais nada. Fica para amanhã, que onde quer que eles se tenham metido, não vão fugir para muito longe.
Como diz a TMN, até já-á!
11 agosto 2006
Interrupção na transmissão
Estou a tentar arranjar coragem para ir para a minha nova casa dar a segunda demão de branco. É desmoralizante. Nunca mais chego à parte de pintar a parede com a cor verde que lhe destinei. E ainda só estou na sala!!
Depois de uns dias com uma rotina muito estúpida que inclui pintar paredes, levar bordoada na ginástica e ir à praia das 5 às 7 da tarde, vou dedicar quatro dias para umas férias. Para quem não percebe e diferença eu explico: férias é não fazer nada!
E nada melhor que o Algarve para imprimir aquela letargia fantástica de não nos conseguirmos levantar nem para ir beber um copo de água! E depois há o Festival da Sardinha (nem é peixe que eu goste) em Portimão e as Noites Medievais em Silves, que sempre são umas animações para quebrar o stress do dia-a-dia.
Apesar da água não ser tão quente na zona de Portimão, aquela cidade tem muita qualidade de vida. Até a própria escola onde dei aulas é a mais bem organizada que conheci. Parecia uma empresa a funcionar.
Já sabem para onde vou e porque vou interromper as transmissões, mas descansem:
I'll be back!
Beijinhos
Depois de uns dias com uma rotina muito estúpida que inclui pintar paredes, levar bordoada na ginástica e ir à praia das 5 às 7 da tarde, vou dedicar quatro dias para umas férias. Para quem não percebe e diferença eu explico: férias é não fazer nada!
E nada melhor que o Algarve para imprimir aquela letargia fantástica de não nos conseguirmos levantar nem para ir beber um copo de água! E depois há o Festival da Sardinha (nem é peixe que eu goste) em Portimão e as Noites Medievais em Silves, que sempre são umas animações para quebrar o stress do dia-a-dia.
Apesar da água não ser tão quente na zona de Portimão, aquela cidade tem muita qualidade de vida. Até a própria escola onde dei aulas é a mais bem organizada que conheci. Parecia uma empresa a funcionar.
Já sabem para onde vou e porque vou interromper as transmissões, mas descansem:
I'll be back!
Beijinhos
09 agosto 2006
Moura encantada...
Em tempos tive uma obsessão pela cultura nipónica, que não deixou ainda de se manifestar. Hoje já não tanto como uma obsessão, este interesse mantem-se sobretudo porque os japoneses, à parte dos tamagochis e da evolução quase irracional da tecnologia de ponta, prestam vassalagem à beleza. Ou pelo menos, as suas tradições assim o ditam.
Esta cultura tem demasiados reflexos com a pessoa que sou e, por isso, durante muito tempo me auto-retratei como uma gueixa. As regras, a obediência, os rituais, a precisão nipónica identificam-se com a pessoa que nasci para ser. De uma maneira ou de outra, as pessoas mudam (e as balanças então...!) e sem deixar de olhar para oriente começo a definir um outro alter-ego.
A cultura islâmica, diverge da nipónica exactamente por fugir à depuração de linhas. O próprio arabesco, como o nome indica, é uma invenção árabe. É uma linha que cativa o olhar, que o seduz de uma forma sinuosa e insinuante, como uma serpente ao som da flauta. A cultura do pormenor, do detalhe, da riqueza de elementos, que de alguma forma encontram harmonia para fugir ao mais previsível ruído visual prende-nos. Muito mais do que as suas guerras nos prendem à televisão.
A cultura dos "países do eixo do Mal" (nem Deus encontraria palavras tão acertadas para tamanha propaganda, e Ele é o Verbo!) contamina tudo o todos. Entra-nos todos os dias no nosso quotidiano sob as mais diversas formas. Senão vejamos:
- A televisão e o conflito Israel/Líbano já é de bradar aos céus. Mal comparado isto vai dar no mesmo que a cabeçada de Zidane. Quem é que tem a culpa? Quem é que começou? Quem é que tem de dar a última palavra? Não acredito que nada do que esta gente está a fazer se coadune com o que vai na Tora ou no Corão, mas daí, num texto cada um lê o quiser.
- As tendências na decoração estão a apostar nos grandes padrões de damasco (tecido de seda proveniente da capital da Síria) e recuperam-nos em fortes contrastes como preto e branco, ou cores profundas e garridas como fuchsia. O islão está aí e já nos entra pela casa adentro, literalmente.
- A música está a ser cada vez mais influenciada pelas sonoridades árabes. Pequenos apontamentos, perfeitamente enquadrados em ritmos urbanos e actuais (e que reforçam essas qualidades, ao invés de veicularem sentidos culturais), estão a ser utilizados por vários artistas da música. Basta ligar a MTV por um bocadinho e vão ver o chorrilho de "islamidades" a começar em 50cent e a acabar em Pussycat Dolls. Ultimamente, até dei comigo a tentar encontrar a versão de "Buttons" destas meninas, que incluísse o batuque que acompanha a coreografia final de grupo no videoclip. A versão que passa nas rádios não inclui esse batuque, que me parece ser a pérola da música.
Isto para dizer que quando os terroristas entraram pelo WTC adentro não foi o Fim.
Isso foi apenas o começo para a grande invasão árabe na nossa cultura. Tudo o que passou a ser considerado como recriminatório e proibido, passou a ser apetecido por todos nós e a cultura ocidental reflecte cada vez mais uma resposta à nossa curiosidade.
Tudo se esconde do nosso olhar em burkas e véus. Vive-se a ideologia do segredo e os ocidentais, desde o iluminismo, têm como vício trazer tudo à luz e à transparência. Faz parte dos planos do nosso mundo, cheio de liberdade e democracia (reparem como estou a ser irónica), despir esta cultura do oculto. Mas se toda a gente sabe que a sugestão é muito mais sensual que a exposição da nudez, para quê então levar esta cruzada até esse ponto?
Penso que esta cultura é, e deverá ser sempre, uma "moura encantada", com uma beleza etérea e inexplicável, em que nem a ciência, nem a religião deverão opinar demasiado. Há muito mais para aprender com os árabes do que o fanatismo e as técnicas terroristas. E se nos passar pela cabeça dar-lhes lições sobre liberdade e democracia, bom, o melhor é reter a ideia de telhados de vidro e com ela concluir que "quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro".
P.S. - As Noites da Moura Encantada em Cacela Velha são um bom exemplo do convívio que há entre mouros e ocidentais, relembrando que em tempos todos vivemos na mesma terra. E para selar a amizade entre os dois povos não podia faltar um presente, que coloquei logo na anca e com que andei a passarinhar pelas festas com o barulhinho cintilante (os meus amigos dirão antes irritante) de uma genuína moura encantada.
(Graças a Deus não sou loira! Entre muitas outras razões válidas, porque me estragava esta fantasia toda!!)
;)
03 agosto 2006
Primeiro dia de praia
Se o que está a dar é postar imagens nossas na praia, então aqui está o meu contributo.
A foto tem o seu quê de celestial, dado obviamente, pelo reflexo da luz do sol. Os óculos e o chapéu são o meu disfarce para estar na praia sossegada, sem ter de ser importunada pelos ex-alunos.
O bikini estreou-se neste dia, o meu primeiro dia de praia deste ano - 14 de Julho de 2006. Ainda estava branquinha...
Agora, passadas duas semanas de praia, depois de muito protector de factor 40 no corpo, e factor 50 na cara, estando o tempo todo à sombra e só apanhando os raios do sol das seis e meia da tarde, estou muito mais morena. Tanto que esta semana ainda não pus os pés na praia só para ver se a pele esbranquiça mais.
Pancadas!
Em breve vou pôr aqui novas fotos, com o bronzeado actualizado.
E lembrem-se:
1. Nunca ficar ao sol no período das 11h às 16h;
2. Pôr sempre um protector de factor bastante elevado (mesmo que não seja necessário para prevenir a queimadura, é necessário para prevenir o envelhecimento da pele);
3. Usar chapéu de abas largas para cobrir os ombros e o rosto;
4. Usar óculos com protecção contra os raios UV;
5. Beber sempre muuuiiiiiita água - a hidratação começa sempre por dentro.
6. Fazer amizade com o dono de um café próximo, para fazer xixi com frequência sem ter de entrar na água gelada da Arrábida! - esta é opcional.
E boa praia!
A foto tem o seu quê de celestial, dado obviamente, pelo reflexo da luz do sol. Os óculos e o chapéu são o meu disfarce para estar na praia sossegada, sem ter de ser importunada pelos ex-alunos.
O bikini estreou-se neste dia, o meu primeiro dia de praia deste ano - 14 de Julho de 2006. Ainda estava branquinha...
Agora, passadas duas semanas de praia, depois de muito protector de factor 40 no corpo, e factor 50 na cara, estando o tempo todo à sombra e só apanhando os raios do sol das seis e meia da tarde, estou muito mais morena. Tanto que esta semana ainda não pus os pés na praia só para ver se a pele esbranquiça mais.
Pancadas!
Em breve vou pôr aqui novas fotos, com o bronzeado actualizado.
E lembrem-se:
1. Nunca ficar ao sol no período das 11h às 16h;
2. Pôr sempre um protector de factor bastante elevado (mesmo que não seja necessário para prevenir a queimadura, é necessário para prevenir o envelhecimento da pele);
3. Usar chapéu de abas largas para cobrir os ombros e o rosto;
4. Usar óculos com protecção contra os raios UV;
5. Beber sempre muuuiiiiiita água - a hidratação começa sempre por dentro.
6. Fazer amizade com o dono de um café próximo, para fazer xixi com frequência sem ter de entrar na água gelada da Arrábida! - esta é opcional.
E boa praia!
01 agosto 2006
A minha nova casa!
Moi, myself and André somos, finalmente, proprietários de uma casa!
Para quem quer saber que tipo de casa é, onde fica, quantas assoalhadas tem, se tem boas áreas, boas vistas terá de marcar um encontro connosco, porque nós só fazemos visitas guiadas ao vivo!
Mas fica aqui um cheirinho do tapete da entrada.
Saibam que mesmo com a casa vazia, quem estiver disposto a visitar-nos será sempre benvindo!
Como tenho de dedicar-me à pintura de paredes, em breve deixarei aqui as cores. Isto promete!!
Para quem quer saber que tipo de casa é, onde fica, quantas assoalhadas tem, se tem boas áreas, boas vistas terá de marcar um encontro connosco, porque nós só fazemos visitas guiadas ao vivo!
Mas fica aqui um cheirinho do tapete da entrada.
Saibam que mesmo com a casa vazia, quem estiver disposto a visitar-nos será sempre benvindo!
Como tenho de dedicar-me à pintura de paredes, em breve deixarei aqui as cores. Isto promete!!
Sou uma desnaturada...
Devia escrever. Escrever aqui no blog e no blog dos outros, porque eu sempre gostei de meter a foice em seara alheia, catrapiscar do prato dos outros, opinar mais do que devia e fazer com que haja mais qualquer coisa do que o silêncio para feedback das ideias dos outros.
Tenho estado metida comigo, parada, quieta. Vou para a praia e deixo-me estar na boa companhia de uma amiga do Norte, com uma pronúncia deliciosa que me faz melhor a dicção das palavras. Sempre tive esta mania incontrolável de apanhar as pronúncias e até os tiques dos outros.
Quando ia para os campos de férias é que era! O sotaque genuíno do Porto não falhava, pois havia sempre alguém destas bandas na minha equipa. Eu como um espelho, trazia-o para casa.
A faculdade de Belas-Artes deve ter a maior concentração gay por m2 (a seguir ao Trumps talvez) e até aí eu dava comigo a gesticular com a mesma graciosidade das bichas sempre que falava com elas. Não conseguia evitar, e era tão óbvio que eu temia que pensassem que estava a gozar com elas!!!
Isto para dizer que tenho estado na praia. De boa companhia. As meninas na praia, os machos a ganhar o pão! Fórmula pouco simpática, mas de momento a única possível para disfrutar das férias. Ao fim da tarde lá vinham eles (a escorrer de suor) ter connosco (a escorrer de água salgada) e tudo parecia bem. Sem obrigações, sem trabalho, sem chatices e com a única preocupação de tentar aguentar mais um banho nas águas gélidas da Arrábida.
Devia escrever. Já escrevi.
Mas devia escrever mais do que escrever sobre não o ter feito.
Devia responder convenientemente aos posts do Luís, do Diogo, da Cláudia, da Tânia...
Devia dizer-lhes o que penso.
Escrever não devia demorar tanto tempo como pensar.
Se tempo é dinheiro, pensar é mais barato.
Mas vale a pena gastar mais naquilo que nos dá prazer.
Um beijinho a todos de boa noite, que eu hoje estou mais para o pensativa e introspectiva e tudo o que me vai na alma parece ter o dom de me pôr a chorar. Melhor é não abrir as torneiras que eu ainda tenho muito trabalho pela noite dentro!
Força para todos os que trabalham contrariados!
Pensem que se está sol, ele queima; que se há água do mar, ela está gelada; que se há amigos de férias na praia, é porque têm uma guarda sol do vizinho espetado a 10cm do seu pé e ouvem de 5 em 5 minutos barbaridades como "Benardo, venha comer a sande!".
Agora é que é. Caramba, tá difícil de largar o teclado!
Xau
Tenho estado metida comigo, parada, quieta. Vou para a praia e deixo-me estar na boa companhia de uma amiga do Norte, com uma pronúncia deliciosa que me faz melhor a dicção das palavras. Sempre tive esta mania incontrolável de apanhar as pronúncias e até os tiques dos outros.
Quando ia para os campos de férias é que era! O sotaque genuíno do Porto não falhava, pois havia sempre alguém destas bandas na minha equipa. Eu como um espelho, trazia-o para casa.
A faculdade de Belas-Artes deve ter a maior concentração gay por m2 (a seguir ao Trumps talvez) e até aí eu dava comigo a gesticular com a mesma graciosidade das bichas sempre que falava com elas. Não conseguia evitar, e era tão óbvio que eu temia que pensassem que estava a gozar com elas!!!
Isto para dizer que tenho estado na praia. De boa companhia. As meninas na praia, os machos a ganhar o pão! Fórmula pouco simpática, mas de momento a única possível para disfrutar das férias. Ao fim da tarde lá vinham eles (a escorrer de suor) ter connosco (a escorrer de água salgada) e tudo parecia bem. Sem obrigações, sem trabalho, sem chatices e com a única preocupação de tentar aguentar mais um banho nas águas gélidas da Arrábida.
Devia escrever. Já escrevi.
Mas devia escrever mais do que escrever sobre não o ter feito.
Devia responder convenientemente aos posts do Luís, do Diogo, da Cláudia, da Tânia...
Devia dizer-lhes o que penso.
Escrever não devia demorar tanto tempo como pensar.
Se tempo é dinheiro, pensar é mais barato.
Mas vale a pena gastar mais naquilo que nos dá prazer.
Um beijinho a todos de boa noite, que eu hoje estou mais para o pensativa e introspectiva e tudo o que me vai na alma parece ter o dom de me pôr a chorar. Melhor é não abrir as torneiras que eu ainda tenho muito trabalho pela noite dentro!
Força para todos os que trabalham contrariados!
Pensem que se está sol, ele queima; que se há água do mar, ela está gelada; que se há amigos de férias na praia, é porque têm uma guarda sol do vizinho espetado a 10cm do seu pé e ouvem de 5 em 5 minutos barbaridades como "Benardo, venha comer a sande!".
Agora é que é. Caramba, tá difícil de largar o teclado!
Xau