É estranho dizer esta frase no passado quando a sabedoria dela me brindava sempre fresquinha, há coisa de seis meses atrás.
"Comichão na sola dos pés é chuva" e, sem procurar justificações científicas para este vaticínio, eu preferia sempre acreditar que o meu cabelo ia ficar mais encaracolado no dia seguinte (private joke para todas as gaijas que tentam alisar o cabelo no inverno).
Às vezes finjo não ter tantas saudades quantas aquelas que realmente sinto. Tenho sempre a mania de me armar em boa e em forte, o que é sempre ridículo para quem tem a lua em Caranguejo como eu (private joke para mim e para a Maya).
Já estou a chorar e esta nem sequer é a razão de ser deste post...
A morte leva-se bem, quando se aproveita tudo em vida (private joke para mim e para Deus!). Quando se deram todos os beijinhos, todas as festinhas, todos os miminhos. Durante alguns anos vivi com a percepção de que a minha avó podia morrer a qualquer momento. Tive isso sempre presente, mesmo quando ralhava com ela. Não lhe podia ter dado mais um beijo, mais uma festinha, mais uma palavra doce. Esta certeza hoje permite que o meu sofrimento seja só saudade, sem ponta de remorso.
Hoje lembro-me dela em tudo o que faço, em tudo o que sei que ela ia comentar, em tudo o que ela iria achar bem, em tudo o que ela faz falta, em tudo o que ela faria ou me mandaria fazer...
Continuo a chorar e com o calor que está ainda desidrato!
Adiante, vamos ao que interessa:
A foto em cima não retrata o luar de Agosto, mas o luar de Dezembro (cerca das seis, seis e meia da tarde) na base da Cascalheira da Serra da Arrábida - uma das subidas mais alucinantes que por lá se fazem!
Daqui a cerca de 3 horas a lua vai estar plenamente cheia e já ontem iluminava a noite de tal forma, que pela meia noite, na estrada nacional 10, entre Azeitão e Brejos, se conseguia distinguir ao longe o contorno da serra. O céu à meia noite estava suficientemente claro para tornar evidente esse contraste.
Daí que, a pensar com antecedência, eu e o André lembrámo-nos de fazer um passeio nocturno pelo topo da serra do Louro, na lua cheia de Agosto. O caminho é do mais plano que há e podemos ver uma série de moínhos que coroam esta serra.
Estou a lembrar-me que na Lua Cheia de Agosto é o tradicional banho da meia noite nas águas gélidas da Arrábida, e como calha a 9 de Agosto ainda está calor suficiente para nos mandarmos para a água quando o sol já se pôs.
Sendo assim, proponho antes o seguinte:
- 9 de Agosto, Lua Cheia - banho da meia noite, precedido de uma jantarada bem regada para dar coragem ou inconsciência suficiente! Eu não preciso de regar, a minha pancada é muito fértil!
- 23 de Agosto, Lua Nova - passeio pela serra do Louro, precedido de uma jantarada mal regada para que o pessoal consiga distinguir as luzes de Lisboa das do céu estrelado.
Dêem sugestões e inscrevam-se!
2 comentários:
Sempre um prazer a leitura do teu cantinho. Tudo num português muito bem estruturado, mas simples, para que pessoas com escassez neural, ou simplesmente cansadas (evidentemente encaixo-me na primeira)se maravilhem com as tuas histórias. Em suma, congratulo-me por te fazer sofrer, pois tu mereces! Bjs
Essa do fazer sofrer... só falta o complemento básico do "outro": Ui ká bom!
E agora é que já não falta nada para este blog ser uma sucursal de "o meu pipi"!!!
(Sim, porque eu faço o trabalho de casa!)
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