17 maio 2007
Ha-ha!
Há um riso cruel... cruel como só os miúdos sabem fazer. Miúdos de todas as idades com cabeça de crianças.
Riso impiedoso, que faz de tudo uma piada, sem olhar a meios ou consequências.
Quem conhece os Simpsons (uma série que nos brinda com a "beleza" da mediocridade humana) de certo reconhece estas características numa personagem muito específica. Sim, é aquele gajo que no momento em que alguém dá barraca ele aparece do nada só para dizer: "Ha-Ha!"
Já é famoso por isso, vejam bem! Dizem que é uma frase de marca.
Fui à procura do gajo e achei-lhe o nome: Nelson Muntz. Sempre é melhor do que chamar-lhe gajo, mas a este tipo de pessoas não reservos nomes mais adequados.
Não me comem por dentro os motivos pelos quais se dá a barraca, mas revira-me do avesso testemunhar crueldades desta ordem. Nas barbas da pessoa, a gozar com ela, qual perfeição personificada.
Olhamos para o Nelson e constatamos: não é giro, não é inteligente, não é bondoso.... Bom! Não se tendo nenhum destes dons, creio que só está aqui a ocupar espaço. Apesar disso existe, e nem Matt Goening teve a dignidade de o apagar das suas pranchas. O que até é compreensível, já que o homem se dedica à mediocridade!
Os Muntz que por aí andam, à semelhança do personagem do desenho animado, preenchem um papel secundário, cujo o único brilho é a forma caricata como expressam o seu gozo: Ha-ha! E isto é o ponto alto na vida deles. À parte disso, nem aparecem na maior parte das cenas.
Fico a pensar...
O puto é que se ri, mas todos os outros é que são verdadeiros personagens, com falas que não se resumem a interjeições.
Como já devem ter reparado, sou professora de um Nelson Muntz.
Mas hoje tenho-lhe cá um pó....
3 comentários:
Imagina que multiplicas esse por 4, numa turma...
Luís
Ou por 8 mulheres menstruadas de mau humor...
Acreditem:
Eu não chamaria a atenção para UM Nelson Muntz se ele não me desse cabo da cabeça como 4 indisciplinados, ou mesmo 8 mulheres menstruadas.
A minha parca experiência profissional conheceu este ano um novo recorde de maldade nos alunos. Não imaginava. E nem imaginam vocês, porque reservei pormenores para garantir a confidencialidade. (Lá está, esta coisa é pública!)
A história que conto é só uma. Entre muiiiiiiiiitas que acontecem em UM só dia.
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