Estou à espera.
Não estou colocada, nem deslocada, o que me faz ficar stressada e irritada.
Ainda ontem andei a desbaratinar em todos os sentidos (metralhadora verbal), pegando em qualquer coisa para reclamar e passando de tema em tema, sem intervalo.
O André, coitado, mal me conseguia perceber. Eu só reclamava de tudo e de todos, de seguida, non stop.
Sem mais ninguém para descarregar, decidi mandar um mail para o Ministério da Educação, a libertar a fúria, do estilo: "ainda estão a pensar publicar as listas esta semana?; "isto é um desrespeito total pelos professores" e "aguardo uma resposta que não seja automática".
Vejo a vida em stand by, com tudo o que isso implica, fazendo planos mais ou menos à semana, e conforme as ganas do ministério na publicitação de listas de colocação.
É aqui que vou estoirar as energias para a ginástica, e nada melhor do que um professor impiedoso, que puxa por nós até sentirmos o cabelo e as pontas das unhas dos pés a doer!!
A aula de flexibilidade da sexta-feira passada foi absolutamente fantástica. Levámos velas e incenso e até fizemos uma pinta na testa, como as indianas. Estávamos realmente esotéricas, prontas para receber as boas energias e as dores musculares consequentes.
O professor estava meio apreensivo, como se vê pela foto, mas assim que percebeu o nosso entusiasmo começou a malhar em nós sem piedade.
A foto em cima é da autoria do Mourinho do Fit, que conseguiu manter a exigência e rigor no trabalho com as alunas, sem descurar a composição da fotografia. Isto é que é coordenação estética!
Numa aula de flexibilidade como esta, a única coisa que não esticámos foi o cabelo. Até a pinta da Cláudia se esticou um bocadinho. Não há nada como levar o exercício ao extremo! ;)
Chegámos ao final recompensadas, e cheias de energia para enfrentar mais uma semana de ansiedade!!
É preciso muito exercício para não sentir dores, sempre que o ministério da educação nos estica a paciência...
28 setembro 2006
26 setembro 2006
Brigadas!!!
Pela capacidade de terem produzido em mim um sorriso, venho aqui expressar o meu reconhecimento às seguintes pessoas:
(ordem alfabética):
Ana Fiúza
Ana Mana
André
Anocas Bombocas
Avó Teresa e Avô João (emprestados, mas com muito carinho!:))
Bé
Cristina
Fernanda
Filipa
João Lourenço
João&Wal
Luísa
Madrinha
Mãe
Marco
Margaret
Maria
Marta
Mourinho do Fit
Pai
"Professeuse" Cláudia
Rodrigo
Rui
Senhor da portaria do Hospor (hospital de Santiago)
Sogrinha
Sogrinho
Trevi
Zé
E os meus cães, que me fizeram uma festa, num desespero de guinchos de angústia por mimos. Claro que quase me rebolei com eles, e fiquei toda lambusada!
Se me esqueci de alguém foi pela hora, que já vai alta, mas assim que me lembrar edito o post. Não é por mal, nem por ter menos importância.
Beijocas a todos
:)))))
Para quem se esqueceu de me dar os parabéns, está sempre a tempo de me telefonar ou mandar mensagem ou mail. ;)
(ordem alfabética):
Ana Fiúza
Ana Mana
André
Anocas Bombocas
Avó Teresa e Avô João (emprestados, mas com muito carinho!:))
Bé
Cristina
Fernanda
Filipa
João Lourenço
João&Wal
Luísa
Madrinha
Mãe
Marco
Margaret
Maria
Marta
Mourinho do Fit
Pai
"Professeuse" Cláudia
Rodrigo
Rui
Senhor da portaria do Hospor (hospital de Santiago)
Sogrinha
Sogrinho
Trevi
Zé
E os meus cães, que me fizeram uma festa, num desespero de guinchos de angústia por mimos. Claro que quase me rebolei com eles, e fiquei toda lambusada!
Se me esqueci de alguém foi pela hora, que já vai alta, mas assim que me lembrar edito o post. Não é por mal, nem por ter menos importância.
Beijocas a todos
:)))))
Para quem se esqueceu de me dar os parabéns, está sempre a tempo de me telefonar ou mandar mensagem ou mail. ;)
25 setembro 2006
Hoje sou bebé!!!!
Aos vinte e cinco dias do mês de Setembro de mil novecentos e setenta e oito, pelas dezanove e trinta, nasceu a menina Sofia.
Vinte e oito anos depois, estou na mesma.
Mais uns quilos (mais bem distribuídos do que na foto!), mais umas rugas, mais 3 cabelos brancos, mais coisa, menos coisa.
O Sol está na mesma posição do dia em que nasci, e para mim, em termos astrológicos, e mesmo emocionais, hoje é um novo começo.
Tenho andado para o deprimido, em reavaliação de directivas. Umas lagrimitas e umas birrinhas depois, cheguei à conclusão de que vou dar ouvidos ao António Variações, na voz dos Humanos:
Muda de vida
Se tu não vives satisfeito
Muda de vida
Estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida
Não deves viver contrafeito
Muda de vida
Se há vida em ti a latejar
(...)
Olha que a vida não,
Não é nem deve ser
Como um castigo que
Tu terás que viver
Hoje posso mudar, posso nascer, posso começar tudo de novo, começar tudo diferente. Nem que esse começo seja apenas ver as coisas de outro modo.
Estarei a precisar de óculos?
É natural, é da idade!
:)
Vinte e oito anos depois, estou na mesma.
Mais uns quilos (mais bem distribuídos do que na foto!), mais umas rugas, mais 3 cabelos brancos, mais coisa, menos coisa.
O Sol está na mesma posição do dia em que nasci, e para mim, em termos astrológicos, e mesmo emocionais, hoje é um novo começo.
Tenho andado para o deprimido, em reavaliação de directivas. Umas lagrimitas e umas birrinhas depois, cheguei à conclusão de que vou dar ouvidos ao António Variações, na voz dos Humanos:
Muda de vida
Se tu não vives satisfeito
Muda de vida
Estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida
Não deves viver contrafeito
Muda de vida
Se há vida em ti a latejar
(...)
Olha que a vida não,
Não é nem deve ser
Como um castigo que
Tu terás que viver
Hoje posso mudar, posso nascer, posso começar tudo de novo, começar tudo diferente. Nem que esse começo seja apenas ver as coisas de outro modo.
Estarei a precisar de óculos?
É natural, é da idade!
:)
21 setembro 2006
Estou condenada: sou oficialmente uma Maria Portuguesa!
Com a aproximação do meu dia de anos, começo a fervilhar: que prenda irei oferecer a mim própria?
Dado que o meu leitor de mp3 se avariou em Junho (não consigo inserir nem retirar dados, mas consigo ouvir as músicas que lá meti), já tinha decidido que nos meus anos teria um novinho em folha, oferecido pela minha pessoa.
Mas eis que dou com o presente perfeito, brilhando no expositor como a luz ao fundo do túnel. Uma prancha maravilhosa, de linhas suaves, robusta sem ser demasiando pesada. Uma beleza! Já me estou a imaginar com ela, a passar bons momentos ao final de um dia cansativo de trabalho!
Vai daí fui contar ao André:
"- Oh André, sabes, eu tinha pensado oferecer-me um mp3 nos meus anos, mas sabes o que é que eu queria mesmo, mesmo, mesmo?
- O quê?
- Uma tábua de passar a ferro!!! :)
-???? Em vez do mp3?????
- Sim, estive a vê-las e acho que não consigo resistir!
- Tu, pelos anos, vais comprar uma tábua de passar a ferro? Oh mulher, compra! Se é isso que te faz feliz!"
Há construções frásicas que saem da boca dos homens que são divinais, e esta é uma delas!! ;)
Para não cair no ridículo total, pedi ao André para ele me oferecer uma fitball.
Maria Portuguesa sim, mas moderna e ginasticada!
P.S. - Estou mesmo a ver que o meu Mourinho do Fitness vai ler isto, e vai-se já pôr a inventar exercícios com a bola e a tábua de passar a ferro, para depois dizer: "Podem fazer isto em casa!" Desta cabecinha diabólica, eu espero tudo!!
Dado que o meu leitor de mp3 se avariou em Junho (não consigo inserir nem retirar dados, mas consigo ouvir as músicas que lá meti), já tinha decidido que nos meus anos teria um novinho em folha, oferecido pela minha pessoa.
Mas eis que dou com o presente perfeito, brilhando no expositor como a luz ao fundo do túnel. Uma prancha maravilhosa, de linhas suaves, robusta sem ser demasiando pesada. Uma beleza! Já me estou a imaginar com ela, a passar bons momentos ao final de um dia cansativo de trabalho!
Vai daí fui contar ao André:
"- Oh André, sabes, eu tinha pensado oferecer-me um mp3 nos meus anos, mas sabes o que é que eu queria mesmo, mesmo, mesmo?
- O quê?
- Uma tábua de passar a ferro!!! :)
-???? Em vez do mp3?????
- Sim, estive a vê-las e acho que não consigo resistir!
- Tu, pelos anos, vais comprar uma tábua de passar a ferro? Oh mulher, compra! Se é isso que te faz feliz!"
Há construções frásicas que saem da boca dos homens que são divinais, e esta é uma delas!! ;)
Para não cair no ridículo total, pedi ao André para ele me oferecer uma fitball.
Maria Portuguesa sim, mas moderna e ginasticada!
P.S. - Estou mesmo a ver que o meu Mourinho do Fitness vai ler isto, e vai-se já pôr a inventar exercícios com a bola e a tábua de passar a ferro, para depois dizer: "Podem fazer isto em casa!" Desta cabecinha diabólica, eu espero tudo!!
19 setembro 2006
Sou uma flor de estufa!
Passam-se os dias, e eu tento encontrar nas parvoeiras da ministra da educação algum motivo que me faça sorrir, por ainda NÃO estar colocada.
Curiosa, a ironia do destino... Nunca fui para a rua como aluna, e é agora, como professora, que sou sempre corrida a 31 de Agosto, como os meninos mal comportados.
Que terei feito de mal?
Não consigo evitar o período de reflexão. As férias criam a distância própria para analisar as coisas e, por alturas de Setembro, ponho-me a pensar no que fiz, no que quero, e no que farei no futuro.
Chego à conclusão que estou feliz, por estar em casa. Nem queiram vocês saber das razões, porque são das mais deprimentes. Mas eu conto à mesma.
Em casa sinto-me protegida. Sinto que controlo o quê, o quem, o quando e o se me faz mal. Nas lições da vida eu ainda não aprendi aquela fulcral do: "Não deixes que tudo de afecte!" Devo ter estado na conversa ou esqueci-me de passá-la do quadro.
Em casa não tenho ninguém que critique o meu trabalho, só porque não se quer dar ao trabalho de fazer o mesmo.
Em casa não oiço bocas estúpidas acerca da maneira de vestir, dos hábitos e dos tiques dos outros colegas. Já lá dizia: nas costas dos outros vemos as nossas.
Em casa não faço coisas às quais me oponho em consciência.
Em casa não oiço meninos imaturos e mimados a criticar o meu trabalho, as minhas notas, e as faltas que marco.
Não tenho saudades... nem sequer me lembro dos dias em que vinha feliz para casa por ter visto um aluno evoluir, crescer, sorrir, conseguir o seu objectivo.
Desmoralizo com facilidade, é verdade, e por isso digo que sou uma flor de estufa. Deixo-me levar demasiado pelas condições exteriores e acabo por ter de ficar enclausurada em casa para estar de boa saúde.
Nunca vi cicatrizes da alegria. As coisas más é que deixam marcas, e com o tempo parece que só a tristeza perdura.
A docência obriga a valorizar o mais ínfimo dos pormenores para abafar a avalanche de podridão a que consegue chegar o estado da educação. É claro que não é fácil, e é claro que muitas vezes não o consigo fazer. Mas é a única maneira de conseguirmos lidar com isto.
O mais fácil é mesmo desligar, esquecer que em tempos o fizemos por prazer, porque agora é mesmo só pelo dinheiro.
Serei professora ou prostituta?
Calmamente, vou trilhando um caminho no meio do espinhos, por entre aquilo que o ministério manda e por aquilo que deve ser feito. Decidi cumprir todas as directivas do ministério, excepto aquelas que colidam com o interesse do aluno. Atenção, que o interesse do aluno não corresponde aos seus desejos num determinado momento, mas àquilo que o vai fazer-se tornar uma pessoa melhor e mais bem preparada para o mundo. Esteja ele preparado para compreender isso agora, ou não. No fundo a legislação até concorda comigo, mas a prática demonstra que não. As pessoas conseguem ler muito nas entrelinhas de um texto e já vi reuniões de conselho disciplinar tirarem conclusões opostas acerca da interepretação da legislação. Prevaleceu, como é óbvio, a interpretação mais branda. Para não variar.
Será, porventura, muita presunção da minha parte saber o que é bom para o interesse do aluno?
Claro que é. Nem sequer sou mãe.
Mas sei o que não é bom.
Passar a mensagem de que a vida é fácil e não é preciso esforço para atingir os objectivos; de que se falharmos uma vez haverá sempre outra para remediar, mesmo que esta não esteja consagrada na lei; de que a exigência é uma das causas do insucesso (e não o contrário); de que os professores são os substitutos quase a tempo inteiro dos pais, só vai redundar num resultado: o fracasso total.
Estas crianças são aduladas pelo sistema educativo, que tudo lhes permite e releva. Elas não estão habituadas a ouvir um não. Não estão habituadas a ter de dar a volta por cima, depois do falhanço, porque quase não há falhanço. As crianças que pensam que vão chumbar com sete níveis inferiores a três são parvas, porque já toda a gente sabe que se andar o ano todo a parvejar, mas demonstrar interesse e empenho no terceiro período a criancinha passa, porque se esforçou. Qualquer ser humano, com dois dedos de testa (o mesmo de qualquer símio) sabe encontrar estratégias de sobreviência. Só tem é de perceber como a coisa funciona e a partir daí é tirar partido dela. Como acham que se inventou o fogo? Já toda a gente percebeu como o esquema funciona e eu própria acabo por ter pena dos alunos que até se esforçaram no final e por isso lá lhes vou dando a positiva, esquecendo tudo o que está para trás, como manda a Lei.
Eu estou a contribuir para perpetuar este sistema, esta cultura do "quanto menos, melhor". E se quiser ir contra ele tenho uma plateia de professores a censurarem-me e atirarem-me ovos e tomates podres. "Como podes ser tão insensível?"
Pois... eu sou muito insensível, mas de vez em quando devíamos dar a entender às crianças de que as suas acções têm repercussões. De que são avaliadas num todo, para o bem e para o mal. De que têm de ter cuidado com o que dizem e o que fazem, porque isso vai afectar o seu futuro, quando não afecta também a vida dos outros.
...
Enfim.
A minha consciência começa a dar nó.
Não sei como resolver o dilema.
Fazer o que sinto estar certo, mesmo que seja contra o sistema? Ou cumprir as directivas e expectativas e odiar-me por isso?
Humm...
Às vezes gostava de ser jardineira, ou pastora.
O trabalho é solitário, faz-se com amor e até hoje ainda não vi nenhuma ovelha ou flor a reclamar.
Curiosa, a ironia do destino... Nunca fui para a rua como aluna, e é agora, como professora, que sou sempre corrida a 31 de Agosto, como os meninos mal comportados.
Que terei feito de mal?
Não consigo evitar o período de reflexão. As férias criam a distância própria para analisar as coisas e, por alturas de Setembro, ponho-me a pensar no que fiz, no que quero, e no que farei no futuro.
Chego à conclusão que estou feliz, por estar em casa. Nem queiram vocês saber das razões, porque são das mais deprimentes. Mas eu conto à mesma.
Em casa sinto-me protegida. Sinto que controlo o quê, o quem, o quando e o se me faz mal. Nas lições da vida eu ainda não aprendi aquela fulcral do: "Não deixes que tudo de afecte!" Devo ter estado na conversa ou esqueci-me de passá-la do quadro.
Em casa não tenho ninguém que critique o meu trabalho, só porque não se quer dar ao trabalho de fazer o mesmo.
Em casa não oiço bocas estúpidas acerca da maneira de vestir, dos hábitos e dos tiques dos outros colegas. Já lá dizia: nas costas dos outros vemos as nossas.
Em casa não faço coisas às quais me oponho em consciência.
Em casa não oiço meninos imaturos e mimados a criticar o meu trabalho, as minhas notas, e as faltas que marco.
Não tenho saudades... nem sequer me lembro dos dias em que vinha feliz para casa por ter visto um aluno evoluir, crescer, sorrir, conseguir o seu objectivo.
Desmoralizo com facilidade, é verdade, e por isso digo que sou uma flor de estufa. Deixo-me levar demasiado pelas condições exteriores e acabo por ter de ficar enclausurada em casa para estar de boa saúde.
Nunca vi cicatrizes da alegria. As coisas más é que deixam marcas, e com o tempo parece que só a tristeza perdura.
A docência obriga a valorizar o mais ínfimo dos pormenores para abafar a avalanche de podridão a que consegue chegar o estado da educação. É claro que não é fácil, e é claro que muitas vezes não o consigo fazer. Mas é a única maneira de conseguirmos lidar com isto.
O mais fácil é mesmo desligar, esquecer que em tempos o fizemos por prazer, porque agora é mesmo só pelo dinheiro.
Serei professora ou prostituta?
Calmamente, vou trilhando um caminho no meio do espinhos, por entre aquilo que o ministério manda e por aquilo que deve ser feito. Decidi cumprir todas as directivas do ministério, excepto aquelas que colidam com o interesse do aluno. Atenção, que o interesse do aluno não corresponde aos seus desejos num determinado momento, mas àquilo que o vai fazer-se tornar uma pessoa melhor e mais bem preparada para o mundo. Esteja ele preparado para compreender isso agora, ou não. No fundo a legislação até concorda comigo, mas a prática demonstra que não. As pessoas conseguem ler muito nas entrelinhas de um texto e já vi reuniões de conselho disciplinar tirarem conclusões opostas acerca da interepretação da legislação. Prevaleceu, como é óbvio, a interpretação mais branda. Para não variar.
Será, porventura, muita presunção da minha parte saber o que é bom para o interesse do aluno?
Claro que é. Nem sequer sou mãe.
Mas sei o que não é bom.
Passar a mensagem de que a vida é fácil e não é preciso esforço para atingir os objectivos; de que se falharmos uma vez haverá sempre outra para remediar, mesmo que esta não esteja consagrada na lei; de que a exigência é uma das causas do insucesso (e não o contrário); de que os professores são os substitutos quase a tempo inteiro dos pais, só vai redundar num resultado: o fracasso total.
Estas crianças são aduladas pelo sistema educativo, que tudo lhes permite e releva. Elas não estão habituadas a ouvir um não. Não estão habituadas a ter de dar a volta por cima, depois do falhanço, porque quase não há falhanço. As crianças que pensam que vão chumbar com sete níveis inferiores a três são parvas, porque já toda a gente sabe que se andar o ano todo a parvejar, mas demonstrar interesse e empenho no terceiro período a criancinha passa, porque se esforçou. Qualquer ser humano, com dois dedos de testa (o mesmo de qualquer símio) sabe encontrar estratégias de sobreviência. Só tem é de perceber como a coisa funciona e a partir daí é tirar partido dela. Como acham que se inventou o fogo? Já toda a gente percebeu como o esquema funciona e eu própria acabo por ter pena dos alunos que até se esforçaram no final e por isso lá lhes vou dando a positiva, esquecendo tudo o que está para trás, como manda a Lei.
Eu estou a contribuir para perpetuar este sistema, esta cultura do "quanto menos, melhor". E se quiser ir contra ele tenho uma plateia de professores a censurarem-me e atirarem-me ovos e tomates podres. "Como podes ser tão insensível?"
Pois... eu sou muito insensível, mas de vez em quando devíamos dar a entender às crianças de que as suas acções têm repercussões. De que são avaliadas num todo, para o bem e para o mal. De que têm de ter cuidado com o que dizem e o que fazem, porque isso vai afectar o seu futuro, quando não afecta também a vida dos outros.
...
Enfim.
A minha consciência começa a dar nó.
Não sei como resolver o dilema.
Fazer o que sinto estar certo, mesmo que seja contra o sistema? Ou cumprir as directivas e expectativas e odiar-me por isso?
Humm...
Às vezes gostava de ser jardineira, ou pastora.
O trabalho é solitário, faz-se com amor e até hoje ainda não vi nenhuma ovelha ou flor a reclamar.
14 setembro 2006
Tosga dos 12 anos!
Que vergonha!
Jantar dos 12 anos de namoro e vá de beber até ficar mais contente e tonta que as crianças no carrocel.
Não bebi muito, nem sequer deu para acabarmos o jarro, mas eu, pronto, sobe-me logo à cabeça...
12 anos.
Uma dúziazinha.
Ainda me lembro de termos feito um mês de namoro e eu lhe perguntar: Será que é para durar?
LOL
Foi para durar, tipo duracell.
Nas risadas, nos choros, nas desgraças, nas ansiedades, nos sucessos, nas conquistas, na alegria, e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos sepa... Eh lá!!!! Onde é que eu já ia!!!
Em tudo isto estivemos juntos. Fomos o amparo, o incentivo, a compreensão, a alma gémea um do outro.
E se houve discussões, zangas, amuos, bate pés, que os houve, e em grande quantidade, ou não fosse eu uma rapariguinha a favor da verbalização do problema, foi simplesmente para podermos fazer as pazes, e voltarmos a sorrir em uníssono. Entre outras coisas. ;)
Beijocas
Comentário da foto: Atrás de uma grande mulher, está sempre um grande homem! :)
Jantar dos 12 anos de namoro e vá de beber até ficar mais contente e tonta que as crianças no carrocel.
Não bebi muito, nem sequer deu para acabarmos o jarro, mas eu, pronto, sobe-me logo à cabeça...
12 anos.
Uma dúziazinha.
Ainda me lembro de termos feito um mês de namoro e eu lhe perguntar: Será que é para durar?
LOL
Foi para durar, tipo duracell.
Nas risadas, nos choros, nas desgraças, nas ansiedades, nos sucessos, nas conquistas, na alegria, e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos sepa... Eh lá!!!! Onde é que eu já ia!!!
Em tudo isto estivemos juntos. Fomos o amparo, o incentivo, a compreensão, a alma gémea um do outro.
E se houve discussões, zangas, amuos, bate pés, que os houve, e em grande quantidade, ou não fosse eu uma rapariguinha a favor da verbalização do problema, foi simplesmente para podermos fazer as pazes, e voltarmos a sorrir em uníssono. Entre outras coisas. ;)
Beijocas
Comentário da foto: Atrás de uma grande mulher, está sempre um grande homem! :)
13 setembro 2006
Declaração de Dúvidas!
Consulta médica.
Raio X ao tórax.
Repartição de Finanças.
Um dia bem encaminhadoA sensação de que a minha vida é um programa de televisão percorreu-me o dia todo.
De manhã foi o antigo "é incrível, é mesmo do outro mundo", com a saga da Sr.ª A Mim Não Me Põem a Lavar o Chão - a protagonista principal de uma telenovela que conta a história de uma médica que cura toda a gente, mas que não se consegue curar da própria parvoíce.
Daí passei para o raio X ao Tórax que foi um mix entre o "Ponto de Encontro", isto é, uma oportunidade para rever uma ex-aluna e amiga, e o "Minuto verde": Rápido, eficiente e siga!
Agora o giro giro, foi estar ao vivo no Gato Fedorento - na repartição de Finanças, óbvio.
No balcão para pedir a isenção do IMI, pergunto ao senhor se a papelada do modelo 1 está bem preenchida. Note-se que se este impresso fosse em braille, eu sempre tinha tido a ajuda do tacto. Senti-me como um aluno do 9º a olhar para os exames nacionais do final do ciclo.
- Está tudo bem. Mas a srª e o sr. André não são casados, portanto tem de ir ali à tesouraria comprar o anexo 1 e preencher também.
- Ah, ok. Modelo 1 mais anexo 1.
- São os dois trabalhadores por conta de outrem?
- Sim.
- Nunca se colectaram como trabalhores por conta própria?
- Eu já. Durante um ano, como artista plástica. Mas mantive sempre a actividade por conta de outrem.
- Isso não quer dizer nada.
- Mas eu neste momento só trabalho por conta de outrem.
- Pois, mas tem de entregar aqui uma declaração em como não tem dívidas na segurança social. Vai à segurança social e pede lá isso.
- Ah.. Declaração. Dívidas.
- Pois, mas eles lá vão-lhe pedir uma declaração aqui das finanças em como cessou a actividade. Por isso vá ali à tesouraria pedir isso.
- Ok, obrigada.
(Na tesouraria:)
- Eu queria pedir uma declaração... olhe, não sei pró quê! É qualquer coisa do IMI, que tenho depois de ir à segurança social e eles lá pedem-me um papel. É esse papel que eu quero.
- 2º andar.
(Fixe, mudo de balcão e agora já estou noutro andar.)
-Eu vinha pedir uma declaração de dívidas ou que raio é. É para o IMI, tá a ver? Olhe já nem sei o que quero. É o que pedem na segurança social.
- Ah, sim: vá à tesouraria, 1º andar.
-??? No balcão mandaram-me para a tesouraria, da tesouraria para aqui, e agora está de novo a mandar-me para a tesouraria???
- Desça comigo, vamos lá ver isso.
(1º andar)
O amável senhor do 2º andar intervém junto de uma colega, que me atende prontamente:
- Diga.
- Olhe, eu queria uma declaração de "dúvidas" para entregar na segurança social. Dúvidas, não. Dívidas!
(alguém naquela repartição devia ter gritado "Manda vir quatro!!" junto com o meu pedido!)
Sou reenviada para a tesouraria, onde o homem sorridente me recebe como se nada fosse.
- Ah, então é preencher este papel.
- Ok. E quanto é?
- Quanto é o quê?
- O papel.
- Qual papel?
- Este papel!
- Então mas a senhora quer ficar com ele?
- Sim.
- Mas não é esse papel. A declaração é outro, esse é o requerimento.
(Boa, já nem distingo um requerimento de uma declaração. Esta gente dá comigo em maluca!)
Tirem-me daqui!!!!!
O "Big Brother" não ouviu as minhas preces. Como castigo por ter passado o dia a dizer mal dos médicos, mandou-me para a Loja do Cidadão, onde não só há o serviço de finanças, como também a famosa Segurança Social. É só fartura!
Mais meia dúzia de impressos, e está tudo resolvido. Nem consigo perceber o que lá está escrito. Faço a promessa de vir para casa decifrar. Parecem receitas médicas, bulas de medicamentos, mas com a diferença que só nos põem ainda mais doentes.
Será para os "Apanhados"?
Não me parece.
Telefona o senhor dos sofás: entrega na quinta feira, à tarde. E eu que ainda não acabei as pinturas e ainda me falta lavar a sala de cima a baixo...
Definitivamente, e sem sombra de dúvida, sou uma dona de casa... desesperada.
Raio X ao tórax.
Repartição de Finanças.
Um dia bem encaminhadoA sensação de que a minha vida é um programa de televisão percorreu-me o dia todo.
De manhã foi o antigo "é incrível, é mesmo do outro mundo", com a saga da Sr.ª A Mim Não Me Põem a Lavar o Chão - a protagonista principal de uma telenovela que conta a história de uma médica que cura toda a gente, mas que não se consegue curar da própria parvoíce.
Daí passei para o raio X ao Tórax que foi um mix entre o "Ponto de Encontro", isto é, uma oportunidade para rever uma ex-aluna e amiga, e o "Minuto verde": Rápido, eficiente e siga!
Agora o giro giro, foi estar ao vivo no Gato Fedorento - na repartição de Finanças, óbvio.
No balcão para pedir a isenção do IMI, pergunto ao senhor se a papelada do modelo 1 está bem preenchida. Note-se que se este impresso fosse em braille, eu sempre tinha tido a ajuda do tacto. Senti-me como um aluno do 9º a olhar para os exames nacionais do final do ciclo.
- Está tudo bem. Mas a srª e o sr. André não são casados, portanto tem de ir ali à tesouraria comprar o anexo 1 e preencher também.
- Ah, ok. Modelo 1 mais anexo 1.
- São os dois trabalhadores por conta de outrem?
- Sim.
- Nunca se colectaram como trabalhores por conta própria?
- Eu já. Durante um ano, como artista plástica. Mas mantive sempre a actividade por conta de outrem.
- Isso não quer dizer nada.
- Mas eu neste momento só trabalho por conta de outrem.
- Pois, mas tem de entregar aqui uma declaração em como não tem dívidas na segurança social. Vai à segurança social e pede lá isso.
- Ah.. Declaração. Dívidas.
- Pois, mas eles lá vão-lhe pedir uma declaração aqui das finanças em como cessou a actividade. Por isso vá ali à tesouraria pedir isso.
- Ok, obrigada.
(Na tesouraria:)
- Eu queria pedir uma declaração... olhe, não sei pró quê! É qualquer coisa do IMI, que tenho depois de ir à segurança social e eles lá pedem-me um papel. É esse papel que eu quero.
- 2º andar.
(Fixe, mudo de balcão e agora já estou noutro andar.)
-Eu vinha pedir uma declaração de dívidas ou que raio é. É para o IMI, tá a ver? Olhe já nem sei o que quero. É o que pedem na segurança social.
- Ah, sim: vá à tesouraria, 1º andar.
-??? No balcão mandaram-me para a tesouraria, da tesouraria para aqui, e agora está de novo a mandar-me para a tesouraria???
- Desça comigo, vamos lá ver isso.
(1º andar)
O amável senhor do 2º andar intervém junto de uma colega, que me atende prontamente:
- Diga.
- Olhe, eu queria uma declaração de "dúvidas" para entregar na segurança social. Dúvidas, não. Dívidas!
(alguém naquela repartição devia ter gritado "Manda vir quatro!!" junto com o meu pedido!)
Sou reenviada para a tesouraria, onde o homem sorridente me recebe como se nada fosse.
- Ah, então é preencher este papel.
- Ok. E quanto é?
- Quanto é o quê?
- O papel.
- Qual papel?
- Este papel!
- Então mas a senhora quer ficar com ele?
- Sim.
- Mas não é esse papel. A declaração é outro, esse é o requerimento.
(Boa, já nem distingo um requerimento de uma declaração. Esta gente dá comigo em maluca!)
Tirem-me daqui!!!!!
O "Big Brother" não ouviu as minhas preces. Como castigo por ter passado o dia a dizer mal dos médicos, mandou-me para a Loja do Cidadão, onde não só há o serviço de finanças, como também a famosa Segurança Social. É só fartura!
Mais meia dúzia de impressos, e está tudo resolvido. Nem consigo perceber o que lá está escrito. Faço a promessa de vir para casa decifrar. Parecem receitas médicas, bulas de medicamentos, mas com a diferença que só nos põem ainda mais doentes.
Será para os "Apanhados"?
Não me parece.
Telefona o senhor dos sofás: entrega na quinta feira, à tarde. E eu que ainda não acabei as pinturas e ainda me falta lavar a sala de cima a baixo...
Definitivamente, e sem sombra de dúvida, sou uma dona de casa... desesperada.
A classe médica: a importância de ser estúpido sem olhar a quem!
Médica de família reclama de ter de passar atestados para a prática de ginástica, alegando que os ginásios devem estabelecer acordos com os médicos para o efeito.
- Ora diga lá, doutora, o que pensa disto?
- "Nós não somos criados de ninguém para andarmos a fazer o que os ginásios entendem"!
- Oh doutora, sabe que faz parte da legislação, não é um capricho dos ginásios.
- "Mas eles que façam acordos. Os meus colegas aqui no posto não passam declarações nenhumas. Eu vou passando porque enfim (justificação divinal!!).
- Mas doutora, os médicos de família são as pessoas mais adequadas para passar estas declarações, porque são quem conhece melhor os doentes.
- "Mas isto assim não pode ser! Se fazemos tudo o que eles querem, qualquer dia põem-me a lavar o chão!"
Parece mentira, mas o que está entre aspas é verdade!
Lavar o chão...
Porra! Eu já varro a sala de aula. Já não me falta muito!
Esta classe dos médicos é tão privilegiada que nem se apercebe do ridículo em que chega a cair.
Aos professores deram a guarda de criancinhas nos tempos de furo, tipo amas. Querem mais enxovalhamento na profissão?
Eu aqui em pânico com o rumo da docência em Portugal, a lutar por coisas tão simples como ter possibilidade de dar aulas aos meus alunos, em vez de preencher buracos como a pastilha elástica; ensinar em vez de mandar calar; ser professora em vez de ser palhaça.
E aquela mulherzinha, com aquela conversa...
Chão para ti? Bom demais.
Hás-de lavar sanitas.
Entupidas!
- Ora diga lá, doutora, o que pensa disto?
- "Nós não somos criados de ninguém para andarmos a fazer o que os ginásios entendem"!
- Oh doutora, sabe que faz parte da legislação, não é um capricho dos ginásios.
- "Mas eles que façam acordos. Os meus colegas aqui no posto não passam declarações nenhumas. Eu vou passando porque enfim (justificação divinal!!).
- Mas doutora, os médicos de família são as pessoas mais adequadas para passar estas declarações, porque são quem conhece melhor os doentes.
- "Mas isto assim não pode ser! Se fazemos tudo o que eles querem, qualquer dia põem-me a lavar o chão!"
Parece mentira, mas o que está entre aspas é verdade!
Lavar o chão...
Porra! Eu já varro a sala de aula. Já não me falta muito!
Esta classe dos médicos é tão privilegiada que nem se apercebe do ridículo em que chega a cair.
Aos professores deram a guarda de criancinhas nos tempos de furo, tipo amas. Querem mais enxovalhamento na profissão?
Eu aqui em pânico com o rumo da docência em Portugal, a lutar por coisas tão simples como ter possibilidade de dar aulas aos meus alunos, em vez de preencher buracos como a pastilha elástica; ensinar em vez de mandar calar; ser professora em vez de ser palhaça.
E aquela mulherzinha, com aquela conversa...
Chão para ti? Bom demais.
Hás-de lavar sanitas.
Entupidas!
09 setembro 2006
The break-up
Quem me viu hoje a sorrir, de cabelo a voar ao sabor do "vento de janela aberta no carro", a cantarolar todo o tipo de músicas de verão, a esvoaçar nas ondas da écharpe e da saia, e ainda que a entrar e sair de serviços públicos (tipo finanças e conservatória do registo predial) debaixo do calor tórrido do ainda Verão, decerto se apercebeu que hoje, para mim, o dia foi feliz!
Há relações que não foram feitas para durar: as partes não se respeitam, há sempre abusos, nem que sejam dos verbais, e a pessoa chega um dia à conclusão de que o melhor é partir para outra.
Assim fiz. Hoje peguei nas minhas tralhas, nas pequenas coisas que se vão acumulando com o tempo e saí fora. Deixei as chaves e os remorsos. Já devia ter feito isto há muito tempo, mas a pessoa parece sempre não querer aceitar o óbvio.
Não me lembro de ter sido acolhida como um membro da família, embora guarde na memória algumas pessoas que sempre me falaram com um sorriso.
A vida é mesmo assim.
Medo? Não, não tenho medo. Há mais peixe no mar e eu sempre fui boa marinheira - verdade seja dita!
Na realidade, o que sinto é curiosidade. Defeitos toda a gente tem, mas pelo menos mudam-se as vistas. E já dizia o ditado: longe da vista, longe do coração.
Acabámos.
Até podemos voltar, um dia mais tarde, mas por enquanto é definitivo (já viram melhor definição de provisório?).
Acabar só significa que há um novo começo à minha espera. E ele que venha!
Os momentos felizes guardo-os comigo, e foram muitos. Mas não nego que há recordações e experiências que preferia não ter vivido.
Vida de professora é difícil. É sempre esta instabilidade do começa-acaba, começa-acaba.
Só queria "casar" com uma escola boa, de uma vez por todas, e vivermos felizes para sempre!
Super-hiper-mega cor de rosa?
Talvez.
Mas já que sou balança, torço pela Cinderela e acredito no Pai Natal, deixem-me sonhar em grande!
;)
P.S. - Para quem duvidou, aqui fica um facto a reter: se tudo correr bem até lá, na próxima quarta feira (dia 13) eu e o André fazemos 12 anos (leram bem!) de namoro (à falta de outra palavra mais adequada!). Os meus pais já perguntam, preocupados, se eu pretendo festejar o décimo quinto aniversário, e encorajam-me sempre a apanhar os bouquets nos casamentos. Apesar da ginástica que eu faço, ainda não consegui ser ágil o suficiente para catar o ramo às outras concorrentes. Da próxima levo uns ténis na pochete!
Há relações que não foram feitas para durar: as partes não se respeitam, há sempre abusos, nem que sejam dos verbais, e a pessoa chega um dia à conclusão de que o melhor é partir para outra.
Assim fiz. Hoje peguei nas minhas tralhas, nas pequenas coisas que se vão acumulando com o tempo e saí fora. Deixei as chaves e os remorsos. Já devia ter feito isto há muito tempo, mas a pessoa parece sempre não querer aceitar o óbvio.
Não me lembro de ter sido acolhida como um membro da família, embora guarde na memória algumas pessoas que sempre me falaram com um sorriso.
A vida é mesmo assim.
Medo? Não, não tenho medo. Há mais peixe no mar e eu sempre fui boa marinheira - verdade seja dita!
Na realidade, o que sinto é curiosidade. Defeitos toda a gente tem, mas pelo menos mudam-se as vistas. E já dizia o ditado: longe da vista, longe do coração.
Acabámos.
Até podemos voltar, um dia mais tarde, mas por enquanto é definitivo (já viram melhor definição de provisório?).
Acabar só significa que há um novo começo à minha espera. E ele que venha!
Os momentos felizes guardo-os comigo, e foram muitos. Mas não nego que há recordações e experiências que preferia não ter vivido.
Vida de professora é difícil. É sempre esta instabilidade do começa-acaba, começa-acaba.
Só queria "casar" com uma escola boa, de uma vez por todas, e vivermos felizes para sempre!
Super-hiper-mega cor de rosa?
Talvez.
Mas já que sou balança, torço pela Cinderela e acredito no Pai Natal, deixem-me sonhar em grande!
;)
P.S. - Para quem duvidou, aqui fica um facto a reter: se tudo correr bem até lá, na próxima quarta feira (dia 13) eu e o André fazemos 12 anos (leram bem!) de namoro (à falta de outra palavra mais adequada!). Os meus pais já perguntam, preocupados, se eu pretendo festejar o décimo quinto aniversário, e encorajam-me sempre a apanhar os bouquets nos casamentos. Apesar da ginástica que eu faço, ainda não consegui ser ágil o suficiente para catar o ramo às outras concorrentes. Da próxima levo uns ténis na pochete!
04 setembro 2006
O orgasmo da decoração de interiores I
Já tenho a parede do hall de entrada pintada.
Não é branca.
Não é novidade.
Ando a fazer uma produção fotográfica para colocar aqui no blog.
Os cenários ganham vida quando são explorados por personagens. E aquela cor merece cuidado, carinho e respeito.
Não pode ser uma foto instantânea. Tem de exalar luxo, profundidade, calor e até sedução.
Eu podia ser subtil, mas não me apetece. A tendência barroca está de volta e eu quero é excesso.
Me aguardem, isto são só os preliminares!
Não é branca.
Não é novidade.
Ando a fazer uma produção fotográfica para colocar aqui no blog.
Os cenários ganham vida quando são explorados por personagens. E aquela cor merece cuidado, carinho e respeito.
Não pode ser uma foto instantânea. Tem de exalar luxo, profundidade, calor e até sedução.
Eu podia ser subtil, mas não me apetece. A tendência barroca está de volta e eu quero é excesso.
Me aguardem, isto são só os preliminares!
01 setembro 2006
1 de Setembro...
É um de Setembro.
Se estivesse colocada, teria de me apresentar hoje.
Não estou.
E não tenho pena.
Setembro é o meu mês, e para mim, é sempre um começo. A começar por fazer anos nesta altura do ano e não escapar às inevitáveis retrospectivas. O que correu bem, o que correu mal, o que fazer do futuro, como compreender o passado, o que aprendi, o que ensinei, o que valeu a pena, o que não volto a fazer...
Andei um pouco à nora nestes dias. Não nego que ainda estou. Perco demasiado tempo a projectar a minha vida e entro em pânico quando alguma coisa (como não estar colocada) me impede de o fazer.
Não sei onde vou parar, não sei por quanto tempo, não sei com que horário. Como posso projectar seja o que for sem estas premissas? Nem a ginástica posso pagar com avanço de seis meses (para o desconto, claro!), porque nem sequer tenho a certeza de que vou poder frequentá-la.
É Setembro. Começa o vendaval, que por vezes se transforma em tornado e me arranca de casa. Tento viver esta vida de instabilidade com alguma aceitação, mas a única coisa que vai crescendo ao longo dos anos é a revolta.
Hoje estou oficialmente no desemprego e tenciono viver esta condição em grande. Nada de desesperar por uma colocação, nada de ficar ansiosa por não estar colocada. Simplesmente aproveitar aquilo que são férias forçadas. O meu primeiro desemprego, depois de estar um ano colocada, foi um martírio. Vivi em ansiedade durante dois meses e meio, à espera de ser colocada todas as semanas. É desgastante e, por isso, jurei para nunca mais.
O meu objectivo é tornar o meu dia proveitoso, um atrás do outro. Assim, quando olhar para trás, até vai parecer que este foi um período bom da minha vida.
Se esquecer que não ganho ordenado, até é.
Se estivesse colocada, teria de me apresentar hoje.
Não estou.
E não tenho pena.
Setembro é o meu mês, e para mim, é sempre um começo. A começar por fazer anos nesta altura do ano e não escapar às inevitáveis retrospectivas. O que correu bem, o que correu mal, o que fazer do futuro, como compreender o passado, o que aprendi, o que ensinei, o que valeu a pena, o que não volto a fazer...
Andei um pouco à nora nestes dias. Não nego que ainda estou. Perco demasiado tempo a projectar a minha vida e entro em pânico quando alguma coisa (como não estar colocada) me impede de o fazer.
Não sei onde vou parar, não sei por quanto tempo, não sei com que horário. Como posso projectar seja o que for sem estas premissas? Nem a ginástica posso pagar com avanço de seis meses (para o desconto, claro!), porque nem sequer tenho a certeza de que vou poder frequentá-la.
É Setembro. Começa o vendaval, que por vezes se transforma em tornado e me arranca de casa. Tento viver esta vida de instabilidade com alguma aceitação, mas a única coisa que vai crescendo ao longo dos anos é a revolta.
Hoje estou oficialmente no desemprego e tenciono viver esta condição em grande. Nada de desesperar por uma colocação, nada de ficar ansiosa por não estar colocada. Simplesmente aproveitar aquilo que são férias forçadas. O meu primeiro desemprego, depois de estar um ano colocada, foi um martírio. Vivi em ansiedade durante dois meses e meio, à espera de ser colocada todas as semanas. É desgastante e, por isso, jurei para nunca mais.
O meu objectivo é tornar o meu dia proveitoso, um atrás do outro. Assim, quando olhar para trás, até vai parecer que este foi um período bom da minha vida.
Se esquecer que não ganho ordenado, até é.