Ponho-me a ouvir Yael Naim quando já estou pró-depressiva e no que é que dá?
Ao fim de semana prepara-se o espírito para a semana que vem. E se eu amanhã me levanto assim, credo, nem vou chegar a quinta-feira!
(Toma lá, Scissor Sisters, 'cause I don't feel like depressing!! No, sir, no depression today! )
A semana que passou não foi brilhante. Tirei-me do sério! O que raio é estar no sério? A sério levo eu tudo e depois tiro-me de lá, sem querer, e sem desculpa.
Os miúdos, sempre os miúdos. Será que a culpa é sempre deles? Não.
(Aproveito a onda reminiscente dos eigthies e ponho-me a ouvir Stevie Wonder - "Esteves Maravilha" - numa música muito pimba sobre telefonemas lamechas!)
Estava eu a dizer... ah! Mea culpa.
Tenho-me passado dos carretos, que segundo sei são rodas dentadas por onde passa a corrente das bicicletas. Volta e meia, solta-se a corrente e malta fica a pedalar no vazio. Eu soltei a minha corrente, mas gosto mais de lhe chamar franga!
Quando solto a franga só sai asneira. E por isso é que se trata de uma franga e não de um pavão. Um pavão tem maneiras, educação, postura e elegância. As frangas, não.
As frangas apertam-se com força entre os braços, contra o peito. E um dia, num dado momento, instante, segundo ou milionésimo apetece-nos largar o raio da franga e deixá-la a pastar durante um bom bocado!!
(Depeche Mode)
Eu sei que larga penas por todo o lado, eu sei que suja tudo, eu sei que vou ter uma trabalheira a limpar, eu sei que a franga depois de solta nunca mais se cala, eu sei que diz o que quer e o que não quer e sei que mais tarde vou-me arrepender e pedir desculpa por isso.
Eu sei que largar a franga dá mais trabalho, do que alivia a tensão, mas I just can't get enough.
(Entram os The Communards!)
Don't leave this way!
Oh franga, não me deixes assim!
Acalmem essa franga que anda por aí aos pinotes!
E nada!
Eu atrás dela e o raio da franga foge de mim como um maluco do manicómio! A comparação não é brilhante, mas a minha saúde mental já esteve melhor!
Vizualizo-me atrás da franga ao som dos The Communards (!).
A semana foi uma canseira, eu ainda estou estafada, e amanhã tenho outra pela frente.
(dá-lhe com os Pink Floyd!)
Hey, teacher leave the kids alone!
Que eles não precisam de educação, não precisam de nada.
A Lurdinhas tem sido o Pai Natal deles: dá-lhes as boas notas e os computadores!
Nem vale a pena lutar contra o sistema...
Deixa de pensar que consegues mudar o mundo, que saltar-te a tampa também não vai ajudar em nada. Deixa os miúdos em paz que eles não merecem esses teus maus momentos. Nem tu!
E já que estamos numa temática zoológica, aqui vai:
"Cavalinho na feira a comer" - Claro, Men at Work!
Depois de curtir a onda da música, já me esqueci que estou numa de "Down Under", já não sei onde anda a franga e já nem estou preocupada em apanhá-la.
As frangas acabam por adormecer, porque ninguém aguenta acordar todos os dias ao raiar do sol e correr que nem uma maluca até cansar.
Ah!
Isso queria eu!
A minha franga é uma doida, que adora Beastie Boys!!
You gotta fight,
for your right,
to paaaaarty!!
Estão a ver a cena?
4 comentários:
Olá, Sofia!
Estamos mesmo, mesmo a precisar de ir ao cinema ver o filme "A Turma" (Entre les murs). Talvez nos inspire...*
É misto de Mentes Perigosas com o Clube dos Poetas Mortos (lembras-te?), mas sem os "enfeites" hollywoodescos...
Este filme ganhou o Festival de cinema de Cannes e nele faz-se (segundo ouvi dizer), de forma crua e dura, o retrato da vida nas escolas. É um "must see". :)
Aqui, te deixo o convite.
* Os meus miúdos são tão berazinhas... :(
Olá Sofia. Na banda sonora, realce para os Pink Floyd (os maiores) e os Beastie Boys (incontornáveis camaleões). Os miudos precisam é de porrada (estou a tratar disso). No caso da Cláudia é mais dificil (já estão numa idade de "não retorno"). Bjs. Take care.
Olás
Já tinha posto o filme na lista para ver, mas o fim de semana, agora, fez-se também para trabalhar... Enfim.
Agradeço a sugestão e se é um must see, tanto melhor. De facto, não me identifiquei logo com o filme porque pareceu-me que focava mais o plano multicultural das escolas francesas. Sinceramente, o multicultural não me dá trabalho nenhum. A má educação é que dá. E disso, os miúdos de outras culturas, em geral, até nem sofrem muito. Este ano tenho muitos moldavos, ucranianos e russos, que normalmente são educadíssimos e trabalhadores. Os brasileiros ou são muiiiito pacíficos ou muiiiito agitados - tenho dos dois tipos.
Aprendo imenso com todos, porque sou uma curiosa inveterada, e gosto de saber os nomes das terras deles, o que faziam lá, as comidas, as festas...
Bom, já me estou a perder. Isto para dizer que A Turma não fez eco imediato em mim, mas agora já estou completamente atiçada para ir ver.
Quanto aos teus miudos serem berazinhas, não será da proximidade do mar? LOL! Há miúdos difíceis de suportar e que nos tiram do sério, mesmo até sem nós percebermos. Esta semana, em dois dias de trabalho passei 2 participações (ao mesmo aluno, no mesmo dia, em aulas diferentes) e 12 recados na caderneta. Não tenho feito outra coisa, só para não me passar dos carretos outra vez.
Temos sempre de arranjar uma maneira de ficarmos por cima, sem nos irmos abaixo, se é que me faço entender.
Quanto à "idade de não retorno", pessoalmente, só a reconheço em determinados colegas de profissão que só fazem o que está certo, se isso for o que der menos trabalho.
Para mim todos os alunos têm retorno. Uns mais que outros. É preciso é ter uma coisinha que às vezes me falta... uma tal de PACIÊNCIA, ou que raio é lá isso!
:)
Todos? Dream on... Beijos
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