20 fevereiro 2009

Porque o ORGULHO é o pecado mais confessado pelas mulheres...

Deveria estar a fazer um milhão de tarefas que deixei pendentes, mas aquilo que me leva a escrever prende-se com a necessidade de rever a importância das pequenas coisas.

Todos nós já passámos pela experiência de nos sensibilizar-mos com alguém e sobretudo com a partida (temporária ou definitiva) dessa pessoa.

Eu, particularmente, penso várias vezes em firmar o que sinto numa mensagem, mas por uma razão ou outra, os meus sentimentos perdem-se. E a outra pessoa nunca saberá deles.
Conforto-me dizendo que nada disso faria diferença.
Mas faz.
Faz-nos sentir importantes, especiais e com valor, acima tudo reconhecidos e atestados por outrem.


Neste final de contrato, e porque dei aulas aos mais pequeninos, mais atreitos à sinceridade e a todas as manifestações de sentimentos, sem pudor ou comedimento, recebi uma série de pequenos presentes.
Queria só registar que estimo muito a atitude destes meninos e meninas, que os guardo comigo e que se houve por algum momento a dúvida se valeria a pena o incómodo, ela que se recolha de vergonha, porque valeu muuuuuuuuuuiito a pena.
Mesmo que eu só tenha retribuído com um sorriso.
Mesmo que eu não tenha sido efusiva como é meu costume no dia-a-dia.
Na frente da colega que eu estivera a substituir, não ficava bem viver estes momentos a rigor, com lágrimas e tudo.
As lágrimas chorei-as em casa.
Os sorrisos, no entanto, renovam-se de cada vez que olho para estes vestígios de uma relação de amizade com os alunos. Talvez não seja profissional, talvez não seja o que se espera de mim. Mas eu já tenho 30 anos e isso já me dá autoridade para me marimbar no que os outros pensam! :P

Soube-me bem, fez-me bem. E far-me-á muito mais, nos dias em que estiver triste e relembrar que fui, nem que seja por um momento,
importante na vida de alguém.
Sim, fez e fará toda a diferença.

O ramo de flores que permanece lindo, mesmo após onze dias



O desenho expressivo do trabalho que desenvolvia com os NEE's. Supostamente, eu sou a figura feminina central e a cruz assinala a minha "partida". Do estilo "morri para a aluna", estão a ver? Adoro este tipo de humor negro, que não levo nada a mal e que até me faz abrir mais as minhas perspectivas de leitura.


A óbvia mensagem escrita nas traseiras do desenho, que é uma doçura!


Para a aluna: a minha definição.
Para mim: o meu projecto de vida!
E ainda só consegui conquistar o O em pleno!!


Nunca pensei que um aluno pudesse vir a gostar de mim por eu gostar de ser rigorosa e perfeccionista. Normalmente, esses são os principais motivos para eles embirrarem comigo! Ainda assim, isto foi uma importante conquista para não perder a fé no rumo do ensino.


Lembram-se da Micaela?
A menina que queria trabalhar fez-me esta preciosidade, para mostrar que a sinceridade e a boa vontade é o melhor material para se prestar homenagem a alguém.


A minha felicidade de final de contrato, estrutura-se em parte nesta sensação: a de sentir que, apesar de todos os erros que possamos ter cometido no dia-a-dia, a nossa presença fez diferença.
E isso me basta, para me lambusar toda orgulhosa nestes pequenos gestos!



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