01 setembro 2006

1 de Setembro...

É um de Setembro.
Se estivesse colocada, teria de me apresentar hoje.
Não estou.
E não tenho pena.

Setembro é o meu mês, e para mim, é sempre um começo. A começar por fazer anos nesta altura do ano e não escapar às inevitáveis retrospectivas. O que correu bem, o que correu mal, o que fazer do futuro, como compreender o passado, o que aprendi, o que ensinei, o que valeu a pena, o que não volto a fazer...
Andei um pouco à nora nestes dias. Não nego que ainda estou. Perco demasiado tempo a projectar a minha vida e entro em pânico quando alguma coisa (como não estar colocada) me impede de o fazer.
Não sei onde vou parar, não sei por quanto tempo, não sei com que horário. Como posso projectar seja o que for sem estas premissas? Nem a ginástica posso pagar com avanço de seis meses (para o desconto, claro!), porque nem sequer tenho a certeza de que vou poder frequentá-la.

É Setembro. Começa o vendaval, que por vezes se transforma em tornado e me arranca de casa. Tento viver esta vida de instabilidade com alguma aceitação, mas a única coisa que vai crescendo ao longo dos anos é a revolta.
Hoje estou oficialmente no desemprego e tenciono viver esta condição em grande. Nada de desesperar por uma colocação, nada de ficar ansiosa por não estar colocada. Simplesmente aproveitar aquilo que são férias forçadas. O meu primeiro desemprego, depois de estar um ano colocada, foi um martírio. Vivi em ansiedade durante dois meses e meio, à espera de ser colocada todas as semanas. É desgastante e, por isso, jurei para nunca mais.

O meu objectivo é tornar o meu dia proveitoso, um atrás do outro. Assim, quando olhar para trás, até vai parecer que este foi um período bom da minha vida.
Se esquecer que não ganho ordenado, até é.

4 comentários:

Anónimo disse...

Oi Rodrigo!
Bons olhos te vejam (ainda que virtualmente!).
O conselho Carpe Diem não podia vir de uma pessoa mais adequada. ;)

E quando eu for cota vou pensar é nas artroses, que há-de ser a coisa mais presente que vou ter! LOL

Agora a sério: se a pessoa não se esforça por pôr isso em prática, mesmo quando ainda é chavala (oh para mim, na crise de fazer anos!) a vida consegue ser uma grande estucha!!

E maravilha, das maravilhas: o dia hoje até está bom!
Pena é que eu tenha de ir ver orçamentos de mobílias e pintar o tecto do quarto.
Enfim, é aproveitar o presente à mesma!...

Le_M_do_Fit disse...

Depois da tempestade vem a bonança! E a sorte protege os audazes. Bjs

Anónimo disse...

O Diogo não poderia ter "escrito" melhor! Porém, acrescento:não há bem que dure sempre e mal que nunca acabe...

A seguir ao meu estágio pedagógico, não obtive colocação: um ano lectivo inteirinho sem dar aulas, nem sequer uma substituição!Chorei baba e ranho...

Mas, como quando se fecha uma porta, abre-se uma janela (os "ditos" populares estão em alta e reparem no jogo escrito/dito... ;p), outras oportunidades surgiram: apostei na formação (fiz o 1º nível do curso de LGP e inscrevi-me no mestrado), tripliquei o meu número de explicandos e abundaram, felizmente, as traduções e as revisões de texto. Ah e claro, a juntar a isto: o cheque da S.S. cobrindo o fundo de desemprego!

Por isso, um ano que, nos meses de Setembro e Outubro, se me configurava como um ano de dolorosa provação, foi, na verdade, muito positivo, andei pra aí "solta e esvoaçante"! ;)

Ocupação profissional: DESEMPREGADA

Nãaaaaaaa...

Ocupação profissional: OCIOSA

Julgo que é esta a postura que devemos empreender no momento. A angústia é muita, bem sei (eu também estou preocupada... bastante), mas penso que devemos tentar encontrar a serenidade para saber esperar... Ou queremos, quando formos finalmente colocadas, que os alunos nos encontrem magrinhas, magrinhas, amarelinhas, amarelinhas e cheias de neuroses?!

Beijinhos ociosos ;)

Anónimo disse...

Ociosa!!
Tamos nessa!
:)

Pintar paredes faz parte do ócio?
Acho que ando a ser explorada e nem sequer dá direito a subsídio de desemprego...